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Fuga para o interior foi até pela linha do trem
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24/05/2017 | 08:42
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Da rua para a linha do trem. O morador de rua José Carlos dos Santos, de 59 anos, dormia na frente de uma escola perto da Cracolândia quando a polícia chegou, na manhã do domingo. Sem dinheiro, afirma ter seguido para Sorocaba caminhando ao lado da linha do trem. Ontem, estava deitado na calçada da estação da antiga Estrada de Ferro Sorocabana (EFS).

Santos negou ser usuário de drogas, mas disse que foi acompanhado em seu trajeto por um dependente, que acabou ficando em São Roque. Segundo Santos, o rapaz pretendia seguir viagem até sua terra natal, Lucélia, no oeste paulista.

Próximo da rodoviária de Sorocaba, o Estado encontrou uma travesti que também contou que estava na Cracolândia no dia da operação policial. Ela deu detalhes da ação, mas pediu para não ser identificada. A história da travesti foi confirmada por Gilberto dos Reis, de 29 anos, que a acompanhava.

No total, a reportagem encontrou ontem em Sorocaba quatro pessoas que relataram ter saído da capital paulista após a ação policial do domingo.

Para o presidente da Câmara de Sorocaba, vereador Rodrigo Manga (DEM), a dispersão do maior ponto de consumo de drogas de São Paulo pode engrossar as minicracolândias no interior. "Muitos que estão na Cracolândia são do interior. Temos relatos de pessoas de Sorocaba que vivem por lá e, com certeza, essas pessoas voltarão para suas cidades. O poder público precisa agir."

Segundo Manga, o município vive uma alta do consumo de crack. "Em 2013, quando a Comissão de Dependentes Químicos da Câmara fez um levantamento, a cidade tinha dez pontos de consumo coletivo de drogas. Hoje são cerca de 50."

Em Sorocaba, os pontos de consumo se espalham por toda a cidade, mas a concentração maior está na região central, incluindo quatro praças públicas - entre elas a Coronel Fernando Prestes, na frente da Catedral e da linha férrea. Procurada, a prefeitura informou que refuta o uso do termo minicracolândia e ressaltou que os locais apresentados pelo presidente da Câmara estão sendo monitorados pela Secretaria de Igualdade e Assistência Social, bem como pela Secretaria de Segurança e Defesa Civil. A pasta social mantém buscas ativas em toda a cidade para localizar pessoas em situação de rua ou usuárias de substâncias ilícitas, sendo encaminhadas para ações de assistência social. Segundo a nota, não foi observada nenhuma situação atípica desde domingo.

Rondas

Em Campinas, depois da mega-ação na capital, a Secretaria de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública definiu com o comando da Guarda Municipal a intensificação das rondas ostensivas para identificar suspeitos e evitar concentrações atípicas no centro.

Segundo a prefeitura, não há pontos que possam ser considerados minicracolândias na cidade. Moradores, no entanto, relatam áreas de consumo coletivo na frente do Largo do Rosário e na praça do antigo Fórum.

A prefeitura de São José do Rio Preto confirmou a existência de diversos pontos de venda e de consumo de drogas no município. E, apesar de não haver um monitoramento ou censo das pessoas que frequentam os locais coletivos de uso de drogas, agentes de saúde afirmaram que não observaram um aumento significativo do atendimento a usuários desde domingo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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