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Estações frias deixam o corpo vulnerável a doenças respiratórias
Julia Alves
Especial para o Diário Online
23/05/2017 | 14:04
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Divulgação


Com a chegada do outono e inverno é comum o aumento de doenças respiratórias, especialmente as relacionadas às infecções, como sinusite e rinite. Isso ocorre porque a diminuição da temperatura e baixa umidade do ar deixam o sistema respiratório suscetível aos vírus, exigindo cuidado redobrado com a saúde.

“Nos dias frios as pessoas costumam ficar em ambientes fechados, o que favorece a propagação de bactérias e vírus. Além disso, considerando a redução das chuvas nessa época do ano, a umidade do ar também diminui, acarretando no desenvolvimento de doenças alérgicas respiratórias”, explica a infectologista Patricia Martino Longo, do Hospital e Maternidade Brasil, de Santo André.

As viroses respiratórias são causadas por diversos tipos de vírus, mas podem ser diferenciadas pelos sintomas. O resfriado, que é comum, vem acompanhado pela dor de garganta, coriza nasal, tosse, espirros, mal-estar e dor no corpo. Já a gripe causa mal-estar, dor de cabeça, dores no corpo, calafrios e perda do apetite. Sem cuidados, a gripe pode evoluir para uma pneumonia viral, que provoca falta de ar, tosse com escarro e dor ao respirar. Comum em crianças menores de dois anos de idade, a bronquiolite acarreta sintomas como febre, falta de ar, tosse e dificuldade respiratória.

“É muito importante a lavagem nasal com soro fisiológico e o repouso. Somente recomendamos o uso de antibióticos quando há suspeita de uma infecção bacteriana. Para todos os casos é fundamental a avaliação médica”, explica a infectologista.

Os grupos mais atingidos são as crianças menores de dois anos, idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas. Patricia destaca que ambientes fechados e aglomerações devem ser evitados. Ela também afirma que é necessário “vacinar-se contra a gripe, higienizar as mãos frequentemente e não tocar os olhos, nariz e boca com as mãos para evitar a aquisição desses vírus”.

A estudante Thais de Beraldini, de 22 anos, sofre com rinite e sinusite desde criança, mas conta que o problema se agravou quando se mudou do interior para a cidade. "Vim para São Caetano com sete anos, como o ar é bastante poluído minhas crises pioraram.” Thais conta que tem crises matinais todos os dias, quando acorda espirrando e com coceira nos olhos. Contudo, nos dias frios a sinusite chega, acompanhada por fortes dores de cabeça.

Ela faz o uso constante de medicamentos para amenizar os sintomas, mas se preocupa com os efeitos a longo prazo. "Vivo à base de antialérgicos. Não consigo passar um dia sem tomar remédios e minha saúde fica cada vez mais prejudicada", afirma.

Como alternativa aos remédios, uma alimentação adequada pode auxiliar na prevenção de doenças contagiosas. O nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, Durval Ribas Filho explica que uma dieta balanceada é formada por nutrientes que aumentam a resistência natural do corpo, melhorando a defesa contra microorganismos patogênicos - os que causam as doenças.

Ele recomenda o consumo do azeite de oliva extravirgem, que tem efeito protetor contra as doenças respiratórias, além da ingestão frequente de frutas, verduras e legumes, que aumentam a imunidade pela alta concentração de antioxidantes. Pessoas que não comem esses alimentos deverão consumir vitaminas em gotas, comprimidos ou injetáveis. “A vitamina D é recomendável em virtude da baixa exposição ao sol nesse período, e os alimentos cítricos também são uma boa pedida pela alta concentração de vitamina C”, finaliza.


O cuidado deve ser estendido aos animais de estimação


Os animais também ficam mais suscetíveis a adquirir algumas doenças nessa época do ano. As doenças respiratórias são as mais comuns em cães e gatos de todas as idades.

“Em cães, a gripe canina, também conhecida como tosse dos canis ou bordetella, é a doença respiratória mais frequente. É contagiosa e causa sérios ataques de tosse nos cães, que podem durar de 3 a 5 dias”, explica Marcelo Quinzani, médico veterinário do Hospital Pet Care. Para melhorar o quadro respiratório do animal, ele recomenda fazer inalações com solução fisiológica três vezes ao dia e a utilização de um umidificador de ar no ambiente.

Já nos felinos, a doença respiratória mais comum é a rinotraqueíte. Ela é transmitida por um vírus e não é contagiosa para os humanos. “Geralmente, os gatos adquirem o vírus quando são filhotes e, uma vez que a doença é adquirida, 80% dos gatos tornam-se portadores dela pelo resto da vida”, explica Quinzani.

Os principais sintomas são espirros, secreção nasal, secreção ocular, dificuldade para respirar e desidratação. “A prevenção é realizada por meio de vacinação, mas a desinfecção do ambiente e dos utensílios do gato doente também é muito importante para evitar a transmissão para outros animais”, aconselha.

Outro problema comum no inverno é a proliferação de carrapatos, que atinge muito mais os cães do que os gatos. Quinzani explica que o carrapato, além de causar coceira, pode transmitir diversas doenças. “A melhor forma de evitar os carrapatos é utilizando preventivos que são vendidos em forma de coleiras, comprimidos ou sprays.”




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