Os prefeitos Paulo Serra (Santo André), José Auricchio Júnior (São Caetano) e Atila Jacomussi (Mauá) decidiram unir forças para cobrar do governador Geraldo Alckmin (PSDB) auxílio para a realização urgente de obras de revitalização na Avenida dos Estados, que corta os municípios que administram e está, literalmente, desmanchando por falta de manutenção adequada. O socorro do Palácio dos Bandeirantes é necessário para evitar o colapso de uma das artérias viárias mais importantes do Grande ABC.

Baseado sabe-se lá em quais argumentos, posto que se trata de uma via intermunicipal, o governador tem se eximido de autorizar investimentos na Avenida dos Estados. Por sua vez, os prefeitos dos três municípios, abatidos pela crise financeira que assola o País, garantem não ter dinheiro em caixa para realizar as obras. Abandonada por todos, a via, que tem importância fundamental para o desenvolvimento econômico e social das sete cidades, se degringola a olhos vistos – no domingo, por exemplo, parte de uma das faixas da pista no sentido Mauá, altura da UFABC (Universidade Federal do ABC), em Santo André, ruiu, levada pelas águas do Rio Tamanduateí, que acompanha o traçado.

Ao contrário do que julga o Palácio dos Bandeirantes, São Paulo tem sim responsabilidade na manutenção estrutural da Avenida dos Estados. Aliás, esse é o modelo a ser perseguido, por mais justo. Quando se trata de investimentos que expandam um único município, eles devem ser coordenados por ente juridicamente superior às cidades, cujas responsabilidades se restringem aos seus limites.

É exatamente por isso que o trio de prefeitos deve ser recebido com tapete vermelho na Casa Civil do governo estadual na segunda-feira, data em que os três comparecerão à Capital para apresentar diagnóstico dos problemas da Avenida dos Estados. Trata-se de pleito legítimo e que deve ser encampado pelo governador Geraldo Alckmin. A cobrança, aliás, não estará sendo feita apenas por três políticos, mas em nome de uma das regiões mais ricas do território bandeirante.