Joesley disse aos procuradores que Luciano Coutinho, então presidente do banco público de fomento, era duro nas negociações, mas que, muitas vezes, Mantega participava das reuniões e os negócios fluíam de forma mais fácil.
O dinheiro de propina que Mantega recebia da empresa, segundo o relato dos delatores, seria destinado ao partido, e não ficava para ele.
Mantega foi alvo da 34ª fase da Lava Jato, batizada como Arquivo X, em setembro do ano passado, quando chegou a ser preso temporariamente, mas solto no mesmo dia por decisão do juiz Sérgio Moro. Na ocasião, ele foi detido por agentes da PF quando acompanhava a mulher em uma cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Na época, a Procuradoria da República, no Paraná, informou que o empresário Eike Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, havia declarado que, em 1 de novembro de 2012, recebera um pedido de um então ministro e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões ao PT.
Palocci
A delação da JBS cita ainda a participação do ex-ministro Antonio Palocci, que também negocia um acordo de colaboração. O ex-ministro, segundo Joesley, foi contratado pelo grupo para prestar consultoria e ajudar a empresa como uma espécie de "professor de política" a executivos. Apesar de não ter interferido nos pleitos da empresa no BNDES, o ex-ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff teria pedido doações via caixa 2 para o PT.
A reportagem procurou os ex-ministros Mantega e Palocci e Coutinho, mas não conseguiu localizá-los. A assessoria de imprensa da JBS disse que "não tem qualquer informação sobre as notícias publicadas há pouco pelo jornal 'O Globo'". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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