Economia Titulo Demissões
Contra cortes, trabalhadores da Tupy seguem para o Rodoanel

Na segunda-feira, cerca de 500 funcionários
receberam telegrama que os desligavam da empresa

Do Diário OnLine
16/05/2017 | 09:30
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André Henriques/DGABC


Atualizada às 13h33

Em protesto contra 500 demissões, cerca de 300 funcionários da fábrica Fundição Tupy estão a caminho para fechar a alça de acesso do Rodoanel, em Mauá. Mais cedo, por volta das 9h, os trabalhadores já bloquearam a Avenida Manuel da Nóbrega, onde fica a empresa.

Nesta manhã, houve reunião do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá com a empresa, mas não teve acordo. Enquanto a Tupy quer negociar o pacote de demissão, os funcionários pedem o cancelamento dos cortes de aproximadamente 67% da força de trabalho.

Segundo a entidade, caso não haja uma resposta da empresa sobre rever essa decisão de demissões, há a possibilidade de que os trabalhadores acampem no local. E se não houver, em uma semana, uma resposta por escrito, a ideia é ir até Joinville, onde fica a sede da Tupy.

De acordo com os trabalhadores, a empresa teve investimento do BNDES, mas está montando uma filial no México e já criou cerca de 5.000 vagas por lá, onde o regime trabalhista é mais brando.

Nesta segunda-feira, a empresa começou a enviar telegramas de demissão aos funcionários, que estavam em férias coletivas desde o dia 2. Conforme informações da mensagem entregue aos empregados via Correios, os desligamentos são uma resposta à crise econômica do País, que fez com que ela ajustasse sua atuação na cidade.

Trabalhando há seis anos na fábrica, Hector da Silva Ferreira não recebeu o telegrama e esteve de férias até ontem, dia 15. "O sindicato não lutou pelos direitos do trabalhador. Todos nós estamos preocupados com o futuro", disse o trabalhador,

O afastamento remunerado terminaria na seguna-feira (22), quando serão feitas as rescisões do contrato de trabalho.

Arlindo Ferreira trabalha há cinco anos como operador de fundição e afirma que a empresa nunca chegou a atrasar pagamento mas a segurança era precária. “Cheguei a perder o movimento da mão direita quando estava lixando bloco de caminhões. Não tenho como conseguir outro emprego.”

Em nota na noite de ontem, a metalúrgica garante que não vai encerrar as atividades e que “está ajustando o quadro da unidade de Mauá, em resposta à situação adversa do mercado.” E também que, “como forma de conduzir adequadamente a transição dos funcionários, e em linha com sua tradição de cuidar das pessoas, a Tupy está negociando com o sindicato da categoria um pacote adicional aos direitos trabalhistas”.

A empresa afirmou que iria se manifestar ainda hoje. (Com informações de Mikael Schumacher)




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