Governo Lauro celebrou convênio com firma suspeita de cartel para fornecer uniformes
O Ministério Público de Diadema abriu inquérito civil para apurar contrato do governo do prefeito Lauro Michels (PV) com a Nilcatex Têxtil, para fornecimento de uniforme escolar. A firma já é alvo de investigação por suspeita de participação em cartel e superfaturamento de vestimentas escolares na Capital.
A apuração do MP não detalha os motivos pelos quais a Promotoria mira o contrato, firmado pela gestão Lauro em outubro, no valor de R$ 6,6 milhões, nem se há referência direta à investigação na cidade paulistana. O Diário questionou o MP sobre o objeto da investigação, mas a instituição não respondeu as indagações.
O Diário mostrou em janeiro que a firma contratada pelo governo Lauro já é alvo de inquérito por suposto envolvimento na chamada máfia dos uniformes durante o governo do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD, 2006 a 2012), atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações de Michel Temer (PMDB).
A revista IstoÉ revelou em 2012 que empresários donos das fornecedoras de uniformes da prefeitura paulistana, entre elas a Nilcatex, temiam vitória de Celso Russomanno (PRB) na disputa eleitoral daquele ano, que acabou sendo vencida por Fernando Haddad (PT).
Segundo a revista, o suposto esquema foi delatado por Djalma Silva, ex-funcionário da firma Diana Paolucci, uma das fornecedoras de uniformes da administração da Capital. Segundo ele, o grupo de empresários foi informado por Eldo Castello, dono da Nilcatex. A propina acertada com o então secretário de Educação, Alexandre Schneider (PSD), nos contratos foi de 4% e que somente a vitória de José Serra (PSDB) garantiria a sobrevivência do esquema, já que o pessedista integrava a chapa do tucano como vice. Neste ano, Schneider voltou a comandar a Pasta no governo do atual prefeito da Capital, João Doria (PSDB), mas deixou a área no mês passado.
O contrato assinado pelo governo Lauro com a Nilcatex, sediada em Blumenau (Santa Catarina), é válido por um ano e a compra envolve 125,4 mil conjuntos (contêm calça, blusa, três camisetas de mangas curta e longa e dois pares de meias), além de tênis para alunos da rede municipal de ensino, composta por 32 mil matriculados dos ensinos Infantil e Fundamental. Em 2016, o Paço deixou de distribuir uniforme por problemas na licitação apontados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).
A Prefeitura não se manifestou sobre a investigação do MP.
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