O depoimento se deu no âmbito de ação penal em que o petista é réu por propinas de R$ 3,7 milhões da OAS. Uma das benesses a Lula seria a suposta doação e reformas do tríplex no condomínio Solaris. Na mesma ação penal, o Ministério Público Federal afirma que Lula comandava o esquema de corrupção instaurado na Petrobras.
Durante o interrogatório, ao tratar sobre a parte da denúncia em que o MPF narra o suposto "comando" dos esquemas na Petrobras por parte de Lula, o juiz federal Sérgio Moro fez uma série de perguntas sobre o conhecimento que o petista tinha sobre as indicações de diretores à Petrobras e a respeito dos crimes cometidos contra a estatal.
O ex-presidente negou ter conhecimento dos ilícitos e de ter relação próxima com as indicações políticas na petrolífera. Ele atribuiu aos partidos políticos, bancadas partidárias, e aos ministros a função de indicar nomes, mas admitiu que tinha a "palavra final", já que, se fosse o contrário "não precisaria ter presidente".
"A gente, os presidentes da República não tem reunião com a diretoria da Petrobras. Eu fui em dois momentos: Para decidir que não ia fazer leilão do pré-sal e para discutir plano estratégico. Você não tem reunião específica com diretor", afirmou Lula.
Durante o interrogatório, o juiz Sérgio Moro questionou o petista se ele sabia dos ilícitos cometidos pelos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Jorge Luiz Zelada, todos condenados no âmbito da Lava Jato.
"Nem eu, nem o senhor, nem o Ministério Público, nem a Petrobras, nem a imprensa, nem a Polícia Federal. Todos nos só soubemos quando houve o grampo da conversa do Youssef com o Paulo Roberto".
Como resposta, Moro afirmou que "indagou" sobre o assunto porque Lula havia indicado nomes ao conselho de administração da Petrobras. "Eu não tenho nada a ver com isso, eu não participei dessas indicações. O senhor soltou o Youssef e mandou grampear. O senhor poderia saber mais do que eu", rebateu o ex-presidente.
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