"Essa economia de 76% que restou do projeto original ainda está dentro do que prevíamos, dentro de um processo normal de negociação com o Congresso, que acreditamos que está indo bem. O importante é que o ajuste fiscal seja substancial e a nossa equipe está calculando os efeitos dessas novas concessões", disse o ministro ao deixar o evento sobre liberdade de imprensa, na sede da OAB no Distrito Federal. Segundo ele, a expectativa é de que os efeitos se mantenham dentro dessa margem de 30% dos impactos da proposta original.
Meirelles repetiu esperar que a votação da reforma ocorra no plenário da Câmara ainda em maio, mas disse que um eventual atraso de algumas semanas na votação não prejudica a medida formulada para ter efeito durante décadas. "Mas, quanto mais cedo se votar, melhor pela influência sobre as expectativas dos agentes financeiros e pensando na recuperação da economia."
Após dizer em apresentação que a economia brasileira já cresceu no primeiro trimestre de 2017, Meirelles adiantou que esse ritmo de alta foi de 3% anualizado nos três primeiros meses do ano. Questionado se a equipe econômica já estuda alterar a projeção de alta do PIB este ano - que atualmente está em 0,5% - o ministro disse que é preciso esperar evidências mais sólidas de uma expansão maior da atividade para se fazer uma nova estimativa, mas confirmou que o viés da atual projeção é de alta.
Ele lembrou que, no último trimestre deste ano, a projeção da Fazenda é de um crescimento de 2,7% ante o último trimestre de 2016. "A projeção de 0,5% no ano é a média anual. Mas na ponta já estaremos crescendo a 2,7%. Isso que é importante. Temos um crescimento de 3% no primeiro trimestre, esperamos uma acomodação no segundo trimestre e chegaremos a esse crescimento no fim do ano", disse.
Eleição
Ao final da entrevista, Meirelles foi questionado se a recuperação da economia este ano o alçaria à condição de presidenciável nas eleições de 2018. "No momento, estou focado na economia", limitou-se a responder.
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