No início de abril, Renan chegou a indicar a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) para presidir a CMO, mas voltou atrás no dia seguinte. Ele também retirou as indicações dos outros membros titulares da sigla, os senadores Valdir Raupp (RO) e Kátia Abreu (TO), para impedir a instalação da comissão. A decisão ocorreu um dia após Rose ter repreendido Renan sobre os seus discursos contra as medidas econômicas defendidas pelo governo Michel Temer.
Agora, Renan já afirmou a aliados que não pretende mais indicar a senadora capixaba para participar do colegiado. Rose seria o principal "nó" dentro da bancada do PMDB, que deve fazer uma reunião ainda esta semana para discutir o assunto. O líder peemedebista cogita indicar uma de suas aliadas, Kátia Abreu (TO), para o posto da presidência. Ela estaria considerando mudar de partido, para o PDT, e Renan busca uma forma de mantê-la na legenda.
Nesta terça, o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), fez um apelo para que a sessão da CMO ficasse para a semana que vem, quando terá corrido prazo regimental de cinco sessões para a eleição do presidente do colegiado, independentemente das indicações do PMDB. "O governo prefere tentar construir um acordo com os partidos da base aliada. Não sendo possível, na próxima terça vamos a voto", defendeu.
Este ano, a bancada do PMDB do Senado, por ser a maior da Casa, teria direito à presidência da CMO. Já a bancada do PP na Câmara, comandada pelo deputado Arthur Lira (AL), seria responsável por indicar o relator. O parlamentar é filho de Benedito de Lira (PP-AL), um dos principais adversários de Renan em seu Estado, onde os dois buscarão reeleição em 2018.
Renan possui o apoio do líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), que também não indicou nenhum nome até o momento. Isto porque o peemedebista defende que a relatoria fique com um integrante tucano da Câmara.
Na comissão tramitam diversos temas de interesse do Executivo como o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), que compreende as metas e prioridades da administração pública federal, e o Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018. Apesar disso, o governo tem buscado se distanciar do impasse. O presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também já sinalizou que não quer se envolver diretamente no conflito e prefere aguardar um "entendimento".
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