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Temporal fora de época leva estrago para Grande ABC

Em Mauá, moradores perderam coisas; em Sto.André houve desabamento; um desaparecido em São Caetano

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
08/04/2017 | 07:00
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Marina Brandão


 Temporal fora de época registrado entre a noite de quinta-feira e a madrugada de ontem fez estragos na maioria das cidades da região. Uma pessoa foi vista sendo levada pelas águas na divisa entre São Caetano e São Paulo e segue sendo procurada pelo Corpo de Bombeiros. As buscas pela vítima – ainda não identificada – foram suspensas ontem à noite e serão retomadas hoje.

No bairro Santa Cecília, em Mauá, moradores perderam móveis e eletrodomésticos em uma enchente que não era vista há cerca de vinte anos. Os problemas com a supervisora de vendas Daniele Salles, 36 anos, começaram no caminho para casa. “Saí do trabalho às 22h e peguei ônibus no Terminal Santo André, sentido Ribeirão Pires. Quando chegamos em Capuava já estava tudo alagado. Ficamos lá por mais de duas horas, até que a água começou a subir mais. O motorista conseguiu dar ré e seguir por outro caminho”, contou. Ao chegar em casa, por volta da 1h30, não conseguiu entrar por conta da correnteza. “Tive de ligar para meu irmão e pedir socorro para tirar meu filho, que é especial, de dentro da casa. Ele dormia porque toma remédio para epilepsia. Perdi tudo. Só consegui entrar em casa às 5h.”

O estudante de marketing Igor Avileneto, 21, foi avisado pela avó, por volta da 1h, que a água estava no portão de casa. “Muitas coisas começaram a boiar. Consegui salvar geladeira, televisão e algumas roupas. Depois ficamos para fora até baixar o nível da água, o que aconteceu apenas por volta das 3h30”, relatou.

No mesmo terreno são três casas. O estudante mora com a mãe, duas irmãs e o sobrinho na residência dos fundos. Ao lado mora a avó, com o tio e o primo e na outra construção, a tia. “Minha família disse que não acontece uma enchente forte assim desde 1996. Minha avó não conseguia atravessar a rua. Tive de buscá-la em casa porque ela estava chorando desesperadamente”, explicou.

No mesmo bairro, uma empresa de revestimento em metais perdeu todos os eletrônicos e mobiliário. “A água chegou na cintura. Perdemos diversos equipamentos e ainda não conseguimos calcular a nossa perda”, contou o funcionário Rafael Celestrino, 32.

No Centreville, em Santo André, um sobrado que estava em construção desabou. Vizinha ao local, Adélia Salomão Canário, 64, teve rachaduras na parede de casa. “Quase morri de susto. Estava indo buscar a minha neta na escola, mas deixei os outros aqui, quando vieram me avisar que a laje rachou. Voltei correndo.”

 

AÇÕES

A Prefeitura de Mauá colocou todos os carros, caminhões e máquinas da municipalidade para atender os bairros afetados pela chuva. Os servidores públicos percorreram bairros para remover o barro, conter danificações no pavimento, limpar córregos e remover árvores que acabaram arrancadas. “A força-tarefa montada pela gestão começou ainda na madrugada e seguirá os trabalhos até garantir atendimento a todas as demandas”, informou, em nota.

A Defesa Civil de Santo André afirmou que foram registrados seis pedidos de vistoria em edificações, seis atendimentos para enchentes ou inundações, dois atendimentos para deslizamento e mais três vistorias. “Sobre a questão dos problemas de alagamentos na região da Vila Metalúrgica/Vila Sá, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informa que as obras de drenagem de médio e grande porte que eram de responsabilidade da municipalidade foram executadas.”

Outra cidade bastante afetada, São Caetano afirmou em nota que não houve registro de quedas de árvores nem feridos ou desabamentos. A previsão para realizar toda a limpeza é hoje ou, mais tardar, amanhã. “No entanto, força-tarefa tem trabalhado incansavelmente para a retirada de materiais inservíveis, deixados pelas enchentes, assim como a limpeza das ruas da cidade, principalmente os bairros Prosperidade e Fundação.”

Em Diadema não houve registros de ocorrências graves, segundo a Prefeitura. A Defesa Civil de Ribeirão Pires atendeu cerca de vinte solicitações na quinta-feira.

Em São Bernardo houve pontos de alagamento nas avenidas Maria Servidei Demarchi, Miro Vetorazzo e Rua Gregório de Fregel, além de desabamento parcial em casa no Parque São Bernardo, sem vítimas.




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