Economia Titulo Paralisação
Metalúrgicos da Mercedes e Ford
prometem parar a Anchieta hoje

São esperados 20 mil trabalhadores, que protestam contra o
Imposto de Renda na Participação nos Lucros e Resultados

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
21/03/2012 | 07:03
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Os trabalhadores das montadoras Mercedes-Benz e Ford vão parar a pista marginal da Via Anchieta, sentido Litoral, do km 13 (onde fica a portaria da Mercedes) até o km 14,5 (em frente à Bombril), das 8h às 10h. A manifestação deve mobilizar, segundo estimativas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, 20 mil trabalhadores, sendo 13 mil da Mercedes e 5.000 da Ford.

De acordo com a Polícia Militar, haverá no local efetivo de 250 policiais e 60 viaturas. "Vamos desviar todo o fluxo de veículos para a pista expressa. Sendo assim, não esperamos que o trânsito fique muito carregado", afirmou o comandante da Polícia Militar, Roberval Ferreira França.

A passeata ocorre em apoio à proposta conjunta dos sindicatos dos Metalúrgicos do ABC, dos Químicos do ABC, dos Químicos de São Paulo e dos Bancários de São Paulo, todos ligados à CUT, e dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, da Força Sindical, que vai contra a incidência de Imposto de Renda na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) paga anualmente aos trabalhadores.

Em novembro, 10 mil funcionários da Volkswagen paralisaram parcialmente o trânsito da Anchieta para reivindicar sobre o mesmo assunto.

Apenas está isento do IR quem recebe PLR inferior a R$ 1.566,62 (assim como ocorre com os salários). A intenção dos sindicatos é que não paguem o imposto aqueles que ganharem até R$ 8.000, e só a partir desse valor que comece a valer a tabela com as alíquotas que variam de 7,5% a 27,5%.

Segundo levantamento do Dieese, os 36,4 mil funcionários das cinco montadoras de São Bernardo (Volks, Scania, Toyota, Mercedes e Ford), que tiveram participação nos lucros de R$ 12 mil no ano passado, pagaram R$ 2.576 ao CF51Leão/CF, o que soma R$ 93,7 milhões. Se a tabela proposta estivesse em vigor, a arrecadação do Fisco seria de R$ 10,9 milhões. Em outras palavras, seriam injetados na economia da região R$ 82,8 milhões.

"O trabalhador terá mais recursos em mãos, que serão diretamente injetados na economia. Eles vão trocar a geladeira, o fogão, o carro e vão comer melhor. Assim, o consumo será alimentado, serão gerados mais empregos e o governo vai continuar arrecadando", avaliou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.

Questionado sobre o impacto que haveria na categoria dos químicos da região, caso a mudança fosse aprovada, o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, afirmou que 30% dos trabalhadores do setor hoje são taxados pelo IR, o que corresponde a 12 mil pessoas. "Não é possível levantar valores porque a PLR de cada setor, que vai do polo petroquímico ao plástico, é diferente."

Ainda hoje, às 15h30, os sindicatos têm reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Brasilia. "No fim do ano passado nos foi prometido que haveria estudo sobre o impacto da medida e uma possível contraproposta. Porém, até agora, não tivemos resposta. Vamos cobrar isso", disse Nobre.




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