Insatisfação de governistas coloca em xeque celeridade de proposta do governo Paulo Serra
A reforma administrativa do governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), corre o risco de se arrastar na Câmara devido ao clima de insatisfação demonstrado na base de sustentação do Paço. A proposta tende a ser protocolada no início da semana que vem no Legislativo. O texto necessita de 14 votos para aprovação em plenário.
O descontentamento de parte de parlamentares governistas foi explicitado ontem e na terça-feira por discursos direcionados contra a gestão tucana. Na sessão de ontem, o vereador Toninho de Jesus (PMN) reclamou sobre a demora na resposta de um requerimento a respeito da lista de cargos e salários da FUABC (Fundação do ABC).
“Apresentei em fevereiro este pedido e a Prefeitura já solicitou prazo de 30 dias em duas oportunidades. Quero transparência ainda mais porque essa foi a promessa do prefeito na campanha (eleitoral)”, criticou Toninho. O vereador Sargento Lobo (SD), por sua vez, disse que a administração tem deixado a desejar na zeladoria do município. “Muitas vezes, serviços simples como tapar buracos e cortar o mato não são executados. Neste aspecto o governo está deixando a desejar”, pontuou.
O líder de governo, Pedrinho Botaro (PSDB), acredita que a postura dos colegas não deve atrapalhar a tramitação da reforma na Casa. “O projeto tem como foco principal a redução dos gastos e servirá para que a Prefeitura consiga pagar as dívidas. Os únicos obstáculos podem ser questões políticas. Mas o governo está disposto a discutir a proposta”, defendeu o tucano.
Para o presidente da Câmara, Almir Cicote (PSB), o projeto tende a ter um caminho mais rápido no Legislativo do que a lei que autoriza a troca de dívidas por exames, aprovada na terça-feira. “Acredito que ninguém queira engessar o governo. A população escolheu um projeto, que para ser implementado necessita da aprovação da matéria. Vejo também que a reestruturação da máquina administrativa não traz custos e ajudará no processo de corte de gastos”, destacou o socialista.
PROJETO
O núcleo da proposta de Paulo Serra é a diminuição de 19 para 14 secretarias, com a implantação de três unidades de gerenciamento, com economia estimada de R$ 12 milhões a R$ 15 milhões no ano com corte de comissionados, além de gratificados.
Outras medidas de austeridade projetadas pela gestão são o corte de aluguel de prédios públicos ligados diretamente à administração municipal. O plano é realocar Pastas e departamentos em áreas com estruturas consideradas ociosas. A Prefeitura gasta aproximadamente R$ 2 milhões ao ano apenas com locação de espaços.
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