Política Titulo Santo André
Clima na base põe em risco votação da reforma

Insatisfação de governistas coloca em xeque celeridade de proposta do governo Paulo Serra

Por Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
07/04/2017 | 07:00
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A reforma administrativa do governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), corre o risco de se arrastar na Câmara devido ao clima de insatisfação demonstrado na base de sustentação do Paço. A proposta tende a ser protocolada no início da semana que vem no Legislativo. O texto necessita de 14 votos para aprovação em plenário.

O descontentamento de parte de parlamentares governistas foi explicitado ontem e na terça-feira por discursos direcionados contra a gestão tucana. Na sessão de ontem, o vereador Toninho de Jesus (PMN) reclamou sobre a demora na resposta de um requerimento a respeito da lista de cargos e salários da FUABC (Fundação do ABC).

“Apresentei em fevereiro este pedido e a Prefeitura já solicitou prazo de 30 dias em duas oportunidades. Quero transparência ainda mais porque essa foi a promessa do prefeito na campanha (eleitoral)”, criticou Toninho. O vereador Sargento Lobo (SD), por sua vez, disse que a administração tem deixado a desejar na zeladoria do município. “Muitas vezes, serviços simples como tapar buracos e cortar o mato não são executados. Neste aspecto o governo está deixando a desejar”, pontuou.

O líder de governo, Pedrinho Botaro (PSDB), acredita que a postura dos colegas não deve atrapalhar a tramitação da reforma na Casa. “O projeto tem como foco principal a redução dos gastos e servirá para que a Prefeitura consiga pagar as dívidas. Os únicos obstáculos podem ser questões políticas. Mas o governo está disposto a discutir a proposta”, defendeu o tucano.

Para o presidente da Câmara, Almir Cicote (PSB), o projeto tende a ter um caminho mais rápido no Legislativo do que a lei que autoriza a troca de dívidas por exames, aprovada na terça-feira. “Acredito que ninguém queira engessar o governo. A população escolheu um projeto, que para ser implementado necessita da aprovação da matéria. Vejo também que a reestruturação da máquina administrativa não traz custos e ajudará no processo de corte de gastos”, destacou o socialista.

PROJETO
O núcleo da proposta de Paulo Serra é a diminuição de 19 para 14 secretarias, com a implantação de três unidades de gerenciamento, com economia estimada de R$ 12 milhões a R$ 15 milhões no ano com corte de comissionados, além de gratificados.

Outras medidas de austeridade projetadas pela gestão são o corte de aluguel de prédios públicos ligados diretamente à administração municipal. O plano é realocar Pastas e departamentos em áreas com estruturas consideradas ociosas. A Prefeitura gasta aproximadamente R$ 2 milhões ao ano apenas com locação de espaços. 




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