Política Titulo
Mutuária se diz enganada por Associação de Gallo
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
05/08/2010 | 09:11
Compartilhar notícia


Enquanto a obra para a construção dos 138 apartamentos populares do Residencial Alemanha, em Santo André, segue paralisada, os mutuários continuam com acusações à Associação de Construção Comunitária Santa Luzia, entidade fundada pelo vereador e candidato a deputado estadual Jurandir Gallo (PT). Desta vez, umas das integrantes do projeto, Talita Faria, revela que as famílias têm sido sistematicamente enganadas pela entidade.

A mutirante diz que, durante uma assembleia, Thiago Ramalho Gallo, filho do parlamentar anunciou em "alto e bom tom" que o petista teria conseguido enquadrar a Residencial Alemanha no programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, e que o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT) conquistara aporte para a conclusão da obra.

"Mentem para nós a todo momento e não nos dão explicações sobre o que está acontecendo. A maior burrada que fiz na minha vida foi entrar neste projeto", desabafa Talita.

À equipe do Diário, Gallo admitiu que buscou recursos do Minha Casa, Minha Vida para dar continuidade à construção, mas que a tentativa naufragou pelo programa possuir linha de financiamento exclusivo.

De fato, boa parte das famílias que ingressaram no projeto está carente de informações sobre o porquê da obra ter sido paralisada. Alguns argumentam não compreender a situação, já que estão efetuando os pagamentos mensais referentes ao financiamento de R$ 30 mil conquistado junto à Caixa Econômica Federal, em abril.

No entanto, Gallo explica que além dos pagamentos ao banco, os mutirantes devem cobrir a atualização monetária (que não é realizada pela Caixa). Este segundo pagamento deveria ser efetuado diretamente à Associação Santa Luzia. Com a obra parada, porém, muitos se negam a pagar a taxa, e acumulam dívidas com a entidade.

Legislação - O terreno para a construção do Residencial Alemanha, no bairro Camilópolis, foi doado pela Prefeitura em 2000. Em troca, a Associação Santa Luzia ficou obrigada à contrapartida, de construir espaço para a comunidade (como, por exemplo, uma creche).

A concessão foi regulamentada através da Lei Municipal 8.011, de 2000. Em 2002 e em 2007, o prazo para a contrapartida foi estendido, pelas leis 8.385 e 8.943, originadas de projetos de Jurandir Gallo.

"Se não proponho as mudanças na lei eles (mutuários) perderiam o terreno, que teria de ser devolvido à Prefeitura", justifica o vereador.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;