Economia Titulo Contra reformas
Metalúrgicos decidem parar Mercedes-Benz por 24 horas
Marília Montich
Do Diário OnLine
31/03/2017 | 08:53
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Edu Guimarães/SMABC


Atualizada às 15h50

Metalúrgicos decidiram em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira paralisar a produção da Mercedes-Benz, em São Bernardo, por 24 horas. O objetivo é protestar contra as reformas da Previdência, trabalhista e a terceirização.

O ato aconteceu por volta das 7h30, em frente à montadora. Ao todo, 7.700 trabalhadores, além de cerca de dois mil prestadores de serviço, cruzarão os braços ao longo do dia. A assembleia fez parte do Dia Nacional de Mobilização, organizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e demais centrais e entidades que integram as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. 

“O governo, que é ilegítimo, vem com medidas que confrontam totalmente os trabalhadores e tiram seus direitos. Por isso, é preciso ter uma reação a altura para mostrar a insatisfação não só em relação a essas medidas mas também quanto ao governo em si. Não dá para ficar assistindo tudo o que está acontecendo no Congresso e não reagir”, disse o coordenador da comissão de fábrica da Mercedes, Angelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max.

Para Cristiano Ferreira, 40 anos e que há quatro trabalha como terceirizado na área de telefonia e rede na Mercedes, a paralisação é benéfica e necessária. “É a única forma que temos de pressionar o presidente Michel Temer (PMDB). O que ele está propondo vai precarizar o trabalho, já que as medidas fragilizam nossos direitos conquistados. Temer prova que está atuando apenas em prol dos empresários”, afirmou.

Já na opinião do analista de sistemas Reinaldo Oliveira, 40 anos, o protesto desta sexta-feira não representa ganhos reais aos trabalhadores. “Acho que essa paralisação é sem propósito. Qual a visibilidade disso? Acredito que deve haver uma movimentação sim, mas parar a fábrica hoje não resolve. Além do mais, nosso dia será descontado”, disse o colaborador contratado há dois anos e meio.

Em nota, a Merdeces-Benz informou que praticamente todos os colaboradores foram impedidos de entrar nas dependências da empresa no dia de hoje e que toda a produção foi interrompida devido às manifestações. 

Novos atos - À tarde, 40 ônibus sairão das fábricas da categoria e da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC com destino à manifestação na Avenida Paulista, na Capital.

Segundo Max, novos atos estão programados para as próximas semanas. No dia 8, está prevista concentração às 9h na sede do sindicato. Existe também a intenção de promover greve geral no dia 28, o que está em avaliação pelos movimentos sindicais.




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