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EUA: Ex-conselheiro de Trump é acusado de discutir extradição ilegal de turco
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25/03/2017 | 14:47
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O ex-diretor da CIA, James Woolsey, acusou Michael Flynn, ex-conselheiro de segurança nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de participar de uma discussão com funcionários do governo da Turquia sobre a possibilidade de subverter o processo de extradição para remover um clérigo turco dos país.

O Wall Street Journal publicou um vídeo com a entrevista de Woolsey ontem. O porta-voz de Flynn alegou que as afirmações de Woolsey são "falsas" e que "não houve qualquer conversa". Na entrevista, Woolsey conta que entrou no meio de uma discussão entre os funcionários turcos e os membros da empresa de Flynn, a Flynn Intel Group, no final da noite do dia 19 de setembro no hotel Essex House, em Nova York.

Segundo Woolsey, o tema geral da conversa foi a possibilidade da remoção do clérigo Fethullah Gulen Clérigo sem passar pelo longo processo de extradição, mas o plano foi interrompido pouco antes de ser colocado em prática. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pede aos EUA a extradição de Gulen com a acusação de que o clérigo foi um dos mentores de uma tentativa de golpe no ano passado. O governo dos EUA tem rejeitado este pedido, e Gulen, que tem um cartão verde e vive na Pensilvânia, negou envolvimento.

Woolsey descreveu a reunião como uma "discussão de ideias acerca de um assunto muito sério, que acarretaria claramente em uma violação da lei. Ele ressaltou, entretanto, que as conversas "não evoluíram ao ponto de ser transformarem em um plano específico para realizar uma ato criminoso".

O porta-voz de Flynn, Price Floyd, afirma que o trabalho do Flynn Intel Group nunca envolveu qualquer discussão sobre a remoção de Gulen dos EUA por qualquer meio que não seja o processo de extradição. Ele confirmou que Woolsey participou da reunião, mas negou que o objetivo seria subverter o processo legal.

"A alegação de Woolsey, de que houve por parte do General Flynn, ou de qualquer outra pessoa presente na reunião, a discussão com funcionários turcos em Nova York sobre a extradição remoção de Gulen é falsa", disse Floyd. "Nem tal discussão ocorreu, nem Woolsey informou o General Flynn sobre eventuais preocupações em relação à reunião, antes ou depois do encontro".

A reunião fez parte dos serviços que a empresa de lobby comandada por Flynn estava prestando para outra companhia, a Inovo BV, que é de propriedade do empresário turco Ekim Alptekin.

No início deste mês, Flynn e sua empresa se registraram no Departamento de Justiça como agentes estrangeiros para o trabalho para Alptekin, dizendo que isso poderia ter beneficiado o governo turco. A empresa de Flynn recebeu US$ 530 mil ao longo do contrato, que decorreu de agosto a novembro, enquanto Flynn era um importante assessor de campanha de Trump. Alptekin contou que o registro de agente estrangeiro ocorreu por pressão do Departamento de Justiça.

Woolsey, que foi diretor da CIA durante a gestão do presidente Bill Clinton, e brevemente foi membro da equipe de transição de Trump, afirma que trabalhou em um conselho consultivo para a Flynn Intel Group, mas nunca fez qualquer trabalho para a empresa ou recebeu qualquer pagamento.

Flynn, um ex-diretor da Agência de Inteligência da Defesa e tenente general aposentado do Exército dos EUA, foi demitido por Trump no mês passado com a alegação de que enganou o vice-presidente Mike Pence e outros funcionários da Casa Branca sobre as conversas que teve com autoridades da Rússia. Essas conversas fazem parte das investigações do FBI sobre as relações da campanha de Trump com os russos. Fonte: Associated Press.




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