A trilha sonora fazia parte da narrativa do diretor Danny Boyle. Cuidadoso esteticamente, ele reviveu ídolos esquecidos, como Pop e Reed, sacudiu a poeira em nomes dos anos 1980, a soturna Underworld e New Order, por exemplo, e apresentou a nova safra de pop, com Primal Scream, Blur e Pulp. O ontem, hoje e amanhã da música britânica, num filme sobre quatro viciados em heroína sem nenhuma perspectiva - sem passado, presente e futuro.
Tal era a importância da trilha sonora no primeiro Trainspotting, que a ausência de impacto causado pela escolha das canções no segundo, agora em cartaz no Brasil, frustra. Não é para tanto. T2 - Trainspotting não é, em termos de narrativa, igual ao primeiro longa. A trama não se constrói através da história contada por Renton. Portanto, ela também tem outro efeito.
As canções escolhidas para acompanhar o retorno de Renton, 21 anos depois, a Edimburgo e à vida dos três amigos deixados para trás, é estética. A bateria de Iggy encontra uma clone na Shotgun Mouthwash, do High Contrast. A climática Perfect Day, de Lou Reed, se torna Silk, da novíssima Wolf Alice. E Lust For Life? Ela não passa de uma lembrança da qual Renton tenta fugir. Arde, machuca e vicia. E, invariavelmente, ele precisará encará-la novamente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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