Economia Titulo Balanço
Após dois anos em retração, varejo da região volta a crescer

Setor de autopeças e acessórios foi o
que mais ampliou vendas no ano passado

Gabriel Russini
Especial para o Diário
18/03/2017 | 07:27
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Divulgação


Após dois anos de queda, o comércio varejista do Grande ABC voltou a crescer. Em 2016, supermercados, lojas de móveis e eletrodomésticos e mecânicas, entre outros estabelecimentos, registraram R$ 33,13 bilhões em vendas, alta de 1,1% (já descontada a inflação) frente ao ano anterior. O volume faturado, no entanto, se assemelha ao registrado em 2009, quando as receitas atingiram R$ 32,72 bilhões. Em 2015, o varejo arrecadou R$ 32,77 bilhões.

Em dezembro, o setor conseguiu levantar R$ 3,5 bilhões em vendas, montante 5,2% maior do que em igual mês do ano anterior, o que contribuiu para ampliar os ganhos frente a 2015. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista, realizada mensalmente pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviço e Turismo do Estado de São Paulo) com base em informações da Sefaz-SP (Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo), à qual o Diário teve acesso com exclusividade.

Entre as nove atividades pesquisadas, cinco apresentaram crescimento nas vendas do ano passado. O setor que registrou o maior crescimento foi o de autopeças e acessórios (24,5%), seguido por lojas de móveis e decoração (13,4%), eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (10,7%) e supermercados (6,4%).

Na avaliação do assessor econômico da FecomercioSP, Guilherme Dietze, o aumento no faturamento foi uma surpresa. “Esperávamos queda de aproximadamente 6% para 2016, mas o desempenho dos últimos dois meses do ano superou as expectativas”, diz. Tanto 2015 como 2014 encerraram com retração de 8% no faturamento cada.

Questionado sobre o desempenho do setor de autopeças e acessórios, Dietze atribui ao momento recessivo que o País atravessa. “Em tempos de crise, as famílias fazem malabarismo para frear os gastos, e com o carro não é diferente. Afinal, é muito menos custoso pagar por conserto do que investir em novo automóvel”. O setor de concessionárias e veículos sentiu o impacto da manutenção, e apresentou queda de 1,7% no ano passado.

Atividades que também sentiram o peso da crise na região foram as farmácias e perfumarias (-15%) e as lojas de vestuário, tecidos e calçados (-12,3%). Para este ano, Dietze acredita que o varejo irá registrar novo crescimento. “As condições já estão um pouco melhores, a inflação está em queda e os juros também, esses fatores vão fazer com que as pessoas voltem a consumir”.

IMPULSO - Entre as nove atividades pesquisadas, sete apresentaram alta no último mês do ano na comparação com o mesmo período de 2015. Os destaques positivos foram os setores de autopeças e acessórios (57,8%), supermercados (6,4%) e lojas de vestuário, tecidos e calçados (6%). Por outro lado, as únicas que registraram queda nas vendas foram eletrodomésticos (-3,6%) e farmácias e perfumarias (-0,3%).

Para Dietze, a queda em eletrodomésticos não é anormal. “O setor registrou desempenho negativo em 2013, 2014 e 2015, o resultado de 2016 é atípico, mas já indica retomada e que teremos crescimento de novo”.


Atividade varejista no Estado aumenta receitas em 0,1%

O comércio varejista paulista também apresentou leve alta nas vendas em 2016, ao totalizar R$ 585,1 bilhões. Porém, o ganho de 0,1% foi menor do que na região, mas, da mesma forma, interrompeu série de duas quedas consecutivas. Em dezembro, as vendas aumentaram 3% na comparação com a mesma época de 2015 e alcançaram R$ 61,4 bilhões, R$ 1,8 bilhão a mais do que em 2015.

Entre as 16 regiões analisadas pela Federação, apenas Osasco (-8%), Guarulhos (-2,9%) e Bauru (-2,8%) registraram queda no faturamento em dezembro em relação ao mesmo período do ano retrasado. Os melhores desempenhos foram observados nas regiões de Marília (11%), Araraquara (9,8%) e Ribeirão Preto (7,4%).

Das nove atividades pesquisadas, seis expandiram a receita em dezembro: autopeças e acessórios (16,1%); farmácias e perfumarias (15,8%); materiais de construção (8,6%); concessionárias de veículos (7,1%); outras atividades (3,2%) e supermercados (2,6%). 




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