Em litígio com o Água Santa, um dos times profissionais de Diadema, o prefeito Lauro Michels (PV) enviou à Câmara projeto que pretende renovar, por mais cinco anos, a concessão do campo do Taperinha, na Vila Nogueira, ao CAD (Clube Atlético Diadema), outro time diademense, rival do Água Santa.

A iniciativa do verde ocorre nove meses antes do convênio vencer – foi feito pela primeira vez em 2010 e renovado em dezembro de 2012.

A decisão de Lauro se dá por conta de embate político. Lauro e o Água Santa eram aliados desde a campanha eleitoral de 2012. Em seu primeiro ano de governo, o verde concedeu o Estádio do Inamar ao clube, desagradando o CAD, time que Lauro nutria oposição por ter surgido em Diadema nos governos do petista José de Filippi Júnior (2001-2004 e 2005-2008).

Mas a relação começou a estremecer em 2015, quando desabou parte da arquibancada do estádio, que estava em obras para adequação às normas da FPF (Federação Paulista de Futebol) – o Água Santa estava prestes a estrear na Série A do Campeonato Paulista –, ferindo dois operários. Na época, o clube e o governo travaram transferências de responsabilidades pelo incidente.

Na eleição de 2016, o Água Santa arquitetou a candidatura do hoje vereador Revelino Teixeira de Almeida, o Pretinho (DEM), então vice-presidente do clube e atual mandatário em exercício. O democrata foi eleito pelo arco de alianças de Lauro, com 3.326 votos.

A parceria voltou a enfraquecer quando Pretinho ensaiou com PT e PRB candidatura à presidência da Câmara, a contragosto do governo. O projeto não decolou. Mas a união rompeu de vez em janeiro, depois de o DEM, unido a PT, PRB, PR e PPS, decidir partir para a oposição porque o governo resistiu em ceder mais espaço na Prefeitura ao grupo.

O projeto tramita nas comissões da Câmara e deve ser colocado em votação nas próximas semanas.