Setecidades Titulo Generosidade
Dona Cotinha é mãe do Pq.São Bernardo

Maria do Carmo Lemes, 89 anos, distribui refeições para cerca de 40 moradores de rua por dia

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
07/03/2017 | 23:28
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Maria do Carmo Ribeiro Lemes, 89 anos, é a matriarca da família Lemes. Conhecida em todo o Parque São Bernardo, dona Cotinha é famosa pela generosidade. Apesar de oito filhos, 11 netos e nove bisnetos, ela se considera mãe de todo o bairro.Modesta, Cotinha afirma que foi ensinada a repartir o pouco que tinha. Mesmo não podendo cozinhar desde outubro do ano passado, quando quebrou o braço, ela continua distribuindo refeições a moradores de rua. O portão de casa, que está sempre aberto, é oportunidade que muitos têm de fazer a única refeição do dia. Somente ontem foram 25 marmitas distribuídas – número este que pode chegar a 40 em alguns dias. “Dou graças a Deus que tenho o que comer. Temos de amar ao próximo e sempre dividir o nosso pão”, afirmou.

Ela e o marido, Antônio da Silva Lemes, já morto, mudaram-se de Cordislândia, pequena cidade em Minas Gerais, para o bairro há 45 anos. A bondade já era conhecida por lá. Maria Gonçalves Tibúrcio, 78, tornou-se irmã do casal após Antônio pedir dinheiro para custear o caixão do pai dela. “Vou visitá-los todos os anos. O almoço de Natal (feito com doações, e que no ano passado chegou a distribuir 300 quilos de alimentos para 3.000 pessoas) não tem igual.”

Com os filhos pequenos e o marido trabalhando de pedreiro, ela chegou a passar fome. Mesmo assim, nunca se esqueceu dos mais necessitados. “Passamos por muita dificuldade. Quando cheguei aqui no bairro era só terra e mato, e tinha muita gente necessitada. Ficávamos alegres em poder ajudar. O pessoal formava filas. E passei isso para os meus filhos, que também ficavam à beira do fogão de lenha”, contou.

Os filhos aprenderam a lição de ajudar ao próximo. Entre as atividades no bairro estão a Escola de Samba Renascente, campeã do Carnaval de 2016, e a Congada. Ana Maria Lemes, 62, a filha benzedeira que recebeu o dom ainda criança, chega a atender 500 pessoas por dia.

“Minha mãe sempre nos ensinou a ter respeito por cada um, não importa quem é a outra pessoa. Como mulher, é a lição que mais guardo”, afirmou a filha Maria de Fátima Lemes, 63. 




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