Um dos grandes nomes do kickboxing brasileiro é Alex Pereira, morador de São Bernardo. Campeão brasileiro, do Pan-Americano e do WGP, principal evento da modalidade no Brasil, ele vem se destacando pelas vitórias e também pelo estilo nada convencional de se preparar para os combates. Além do treino básico, ele inclui exercícios como corridas de tora e arremesso de pedras, atividades reconhecidamente indígenas.

“Comecei relativamente tarde no kickboxing, com 22 anos. Eu era brigão na rua, tinha muita energia e comecei a praticar muay thai. Tinha vontade de vencer e meu mestre na época, o Ninja, me indicou o kickboxing. Deu certo, mas tive de recuperar o tempo perdido com treinos longos e pesados. Em três anos já estava lutando profissionalmente”, explica Alex, que incluiu no nome o apelido Poatan, que significa mão dura em tupi-guarani.

Um dos grandes momentos na carreira de Alex foi o título do Glory de 2014, disputado em Zagreb, na Croácia. A competição é considerada a maior do mundo em lutas em pé e o são-bernardense derrotou o armênio Sahak Parparyan na decisão, depois de nocautear o norte-americano Dustin Jacoby nas eliminatórias.

“Sem dúvida esse foi o grande momento da minha carreira. O título do Glory me impulsionou a conseguir coisas maiores. Hoje eu consigo viver apenas do kickboxing, mas tenho as mesmas dificuldades de um iniciante em relação à estrutura”, lamentou o lutador.

Inspiração para jovens que entram na modalidade, Alex quer deixar um legado. “Estou provando que mesmo sem apoio, sem estrutura, a força de vontade é capaz de te levar longe. Espero que eu sirva de exemplo para quem está pensando em desistir. Confesso que tive sorte ao cair nas mãos do meu mestre atual, o Belocqua, que ficou ao meu lado e me levantou quando cai”, finaliza.