Política Titulo São Caetano
Demitidos da FUABC travam embate para receber rescisão

Ex-servidores reclamam de atrasos; acordo prevê pagamento a parte dos funcionários

Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
05/03/2017 | 21:35
Compartilhar notícia


Funcionários demitidos da FUABC (Fundação do ABC) que atuavam nos equipamentos de Saúde em São Caetano têm travado embate com a entidade para receber verbas rescisórias. Além do atraso nos pagamentos, ex-servidores reclamam de acordo conduzido pelo SindSaúde ABC (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Saúde), que prevê que apenas funcionários que têm até R$ 5.000 em rescisão receberiam.

Pela negociação, servidores que acumulam quantias maiores que esse teto teriam de entrar na Justiça para ter acesso aos montantes. As homologações seriam feitas, porém, apenas para garantir a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e o seguro-desemprego.

De acordo com o comunicado do SindSaúde, os pagamentos de ex-servidores que têm até o limite do acordo estabelecido ocorreriam a partir de quinta-feira. Porém, vários desses funcionários relataram ao Diário que ainda não foram indenizados.

Parte desses servidores promete ir à Câmara na terça-feira para pressionar os vereadores a intermediar negociação direta com a Prefeitura. Na sessão do dia 22, alguns desses funcionários compareceram ao Legislativo. O oposicionista Jander Lira (PP) encaminhou ofício à FUABC questionando a falta dos pagamentos. “Não se justifica a FUABC não pagar direitos trabalhistas. A Fundação mantém diretores que ganham mais que alguns prefeitos da região, por que não pagam esses funcionários?”, criticou o parlamentar, na ocasião.

O presidente da Câmara, Pio Mielo (PMDB), se comprometeu a, se necessário, instituir comissão de vereadores para acompanhar o caso.

No dia 12, o Diário revelou que a FUABC mantém diretores com supersalários. Segundo a planilha de cargos e remunerações, sete dirigentes da entidade ganham R$ 23,3 mil por mês. O valor é maior que o salário de cinco dos sete prefeitos do Grande ABC: de José Auricchio Júnior (PSDB, São Caetano, R$ 20 mil); Lauro Michels (PV, Diadema, R$ 19,4 mil); Atila Jacomussi (PSB, Mauá, R$ 18,5 mil); Adler Kiko Teixeira (PSB, Ribeirão Pires, R$ 20 mil) e de Gabriel Maranhão (PSDB, Rio Grande da Serra, R$ 15 mil). A remuneração desses diretores supera, inclusive, os rendimentos do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que ganha R$ 21.631 por mês.
<EM>Os três prefeitos dos municípios mantenedores da FUABC (Santo André, São Bernardo e São Caetano) defenderam a revisão de cargos e salários da entidade e adoção de medidas que aumentem a transparência do órgão. A nova presidente da Fundação, Maria Bernadette Vianna, também não descarta o corte de servidores.

Em São Caetano, a FUABC é responsável pela gestão dos hospitais Márcia e Maria Braido e o Hospital de Emergência Albert Sabin, além da compra de medicamentos. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;