Setecidades Titulo Tragédia
Homem morre após ser atropelado pela namorada

Daniel Masson foi atingido por veículo de sua companheira após discussão entre eles

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
20/02/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Descrito por amigos como um cara sorridente e sempre disposto a ajudar o próximo, o recepcionista Daniel Masson, 35 anos, morreu na noite de sábado, em São Bernardo, após ser atropelado pela própria namorada, a estudante Francine Suati de Lima, 30, durante discussão entre o casal.

De acordo com a polícia, Francine e Masson teriam se desentendido e iniciado a discussão durante a realização de um bloco carnavalesco, no bairro Assunção. Na ocasião, segundo testemunhas, a estudante teria tido crise de ciúmes e iniciado ofensivas ao namorado.

Durante o percurso de saída do bloco, por volta das 20h, com o andar da discussão Francine teria perdido o controle da conversa e iniciou agressões ao seu companheiro. Imagens de seguranças obtidas pela polícia mostram que Masson chegou a tentar se afastar da namorada que, por sua vez, perseguiu o companheiro desferindo tapas e até mesmo rasgando sua blusa.

Após a agressão, Masson optou por seguir a pé até sua residência, localizada a poucos metros do ponto onde estavam localizados. No entanto, durante o percurso, o recepcionista foi atropelado por Francine. O veículo Toyota Corolla que a estudante dirigia passou mais de uma vez por cima da vítima.

A estudante alega que o namorado jogou-se defronte ao veículo e que após atropelar o companheiro ficou “desnorteada” e acabou por passar várias vezes por cima do corpo da vítima, segundo depoimento prestado a polícia. Porém, testemunhas afirmam que o atropelamento foi intencional.

Imagens de câmeras de segurança, obtidas pela equipe Diário, confirmam que minutos antes do atropelamento o casal entrou em discussão há dois quarteirões da casa da vítima. Durante o desentendimento, Francine chega a puxar o namorado, mas ele sai andando pela rua. Nesse momento, Francine sai rapidamente com o carro, passando mais de uma vez com o veículo em cima do corpo da vítima.

Logo após o episódio, ela chega a sair do veículo com a mão na cabeça, mas na sequência dois amigos seguram o braço da estudante e iniciam outra discussão. Laudo médico aponta resultado negativo para embriaguez da estudante. No entanto, não foi autorizada a coleta de sangue para a realização de exame toxicológico.

Masson chegou a ser socorrido e levado ao Pronto Socorro Central de São Bernardo, mas não resistiu aos ferimentos. O recepcionista deixa um filho de relacionamento anterior.

A estudante, que foi presa em flagrante na noite de sábado teve, ontem, sua prisão preventiva decretada. Acusada de homicídio doloso qualificado, Francine foi encaminhada para a cadeia pública feminina de São Bernardo.

O caso foi registrado no 3º Distrito Policial (Assunção) de São Bernardo.

 

Familiares e amigos da vítima pedem justiça

Ainda sem entender o que havia ocorrido na noite anterior, familiares e amigos de Daniel Masson, 35 anos, lotaram ontem o enterro do recepcionista, no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo.

Ao mesmo tempo em que lembravam do carisma de Bortola, como era conhecido por pessoas mais próximas, amigos reforçaram o pedido de justiça diante do caso.

“Só queremos que seja cumprida a lei. Nada além disso”, relata Lígia Torres, 24, supervisora comercial e amiga de Masson há seis anos.

Lígia, que havia visto o casal horas antes da tragédia, relembra que o recepcionista sempre estava com um sorriso no rosto. “Não tinha dia ruim para ele. Sempre estava com os amigos e disposto a ajudar.”

A mesma impressão é dada pela relações públicas Ariete Marques, 33. “No coração dele cabia tudo. Você nunca via ele de cara fechada.”

Ambas as amigas estiveram presentes ontem em protesto feito por grupo de pessoas próximas a Masson em frente ao Tribunal de Justiça de São Bernardo e no 3º DP (Assunção) da cidade.

Na ocasião, o grupo solicitou a negativa do pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado da estudante Francine Suati de Lima, 30 anos.

Segundo Clécio Pedroso Toledo, advogado da família da vítima, no momento, o objetivo é somente o cumprimento da lei. “Os parentes só desejam isso”.  




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