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Mauá negocia para obter R$ 9 milhões

Segundo o prefeito, entrega de propostas à Caixa deve garantir verba para área de risco

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/02/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 Assolada por deslizamentos que em 2011 vitimaram cinco pessoas e deixaram cerca de 500 desalojadas, a área do Chafic/Macuco, no Jardim Zaíra, em Mauá, deve, enfim, receber ações para dar segurança à população de uma das áreas de risco mais emblemáticas da região. O prefeito Atila Jacomussi (PSB) disse ontem que esteve em agência da Caixa para formalizar acordo que visa a recuperação de crédito de investimentos para obras na localidade, que estavam travadas por falta de apresentação de projetos. A situação resultaria na perda de R$ 9 milhões, de acordo com o gestor, recursos que serão usados para construção de muros de contenção de encostas, além de urbanização, pavimentação e serviços de drenagem.

“Estamos repactuando e entregando os projetos finais para aprovação, que deveriam ter sido entregues na gestão anterior. Já temos sinalização positiva da Caixa para aprovação dos recursos. A grande parte (da verba) será utilizada na área do Chafic/Macuco”, disse Jacomussi.

A liberação da verba ocorre de acordo com o andamento das obras, que devem ser iniciadas ainda neste ano. “A liberação (da Caixa) deve ocorrer em abril, preciso licitar, o que levará 90 dias, e aí devemos começar em setembro, outubro”, projetou. A instituição não retornou informações até o fechamento desta edição.

No ano passado, a Prefeitura informou ao Diário que aproximadamente 10 mil famílias moram em áreas irregulares na região do Zaíra, boa parte concentrada no loteamento Chafic/Macuco, sem, no entanto, precisar a quantidade exata. O titular da coordenadoria municipal de Defesa Civil e coordenador regional de Defesa Civil da Região Metropolitana de São Paulo, Paulo Barthasar, também não soube informar o número de residentes na área. “Esse total está sendo contabilizado novamente, porque isso acabou sendo deixado um pouco de lado nos últimos meses”, falou. “Identificamos que, muitas vezes, a família é removida, mas quando voltamos para fazer o monitoramento, já tem um parente morando no lugar. Mesmo a casa sendo demolida, a pessoa reconstrói. É uma cultura que estamos constatando, e por isso que essa contabilidade da quantidade de pessoas tem que ser refeita para a gente dar uma informação precisa”, concluiu.

 

Cidade adere a projeto idealizado pela ONU

 

Durante evento realizado ontem em Mauá, que reuniu gestores de Defesa Civil do Grande ABC, o titular da coordenadoria municipal de Defesa Civil e coordenador regional de Defesa Civil da Região Metropolitana de São Paulo, Paulo Barthasar, anunciou que a cidade é a primeira da região a aderir ao Projeto Comunidade Resiliente, idealizado pela ONU (Organização das Nações Unidas). A iniciativa tem como objetivo o enfrentamento de desastres, utilizando como ferramenta o mapeamento comunitário de risco, elaborado em conjunto pelo poder público e as comunidades.

“A característica do resiliente é quando algo se rompe e retorna à forma original, por isso adotamos esse conceito. Ao ocorrer um desastre, a comunidade se fortalece e supera qualquer evento adverso”, disse a secretária-chefe da Casa Militar e responsável pela coordenação da Defesa Civil no Estado, coronel Helena dos Santos Reis.

“A primeira comunidade que está sendo monitorada por um grupo intersetorial é a área do Chafic/Macuco, que tem o maior registro de escorregamento. Mauá está aderindo para fazer com que essas comunidades possam resistir e ficar melhores do que estavam antes da calamidade, mas, principalmente, ensinando-as a se prevenir junto com o poder público”, comentou Barthasar.

Segundo ele, a ideia é estender isso a todas as cidades do Grande ABC. “Não é um projeto que vai goela abaixo da comunidade, que o poder público diz o que ela tem que fazer. É feito de comum acordo e se respeita muito a identidade da comunidade. É a participação delas definindo as medidas”

 




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