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Atrasos e comércio irregular são desafios para CPTM

Diário visitou algumas estações a fim de
observar a qualidade do serviço dos trens

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
13/02/2017 | 16:39
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DGABC


Todos sabem da importância do trem para quem vive no Grande ABC. Uma das principais ligações para a Capital, este tipo de transporte é utilizado por mais de três milhões de pessoas, por mês, para se locomoverem para os mais diversos destinos. Com nove estações cortando a região, começando por Rio Grande da Serra e terminando em São Caetano, todas fazem parte da Linha 10 – Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Sabendo da importância do transporte para o Grande ABC, o Diário visitou estas estações a fim de observar a qualidade do serviço.

Talvez o problema mais grave encontrado foi a comercialização de passagens irregulares nas estações de Santo André, Mauá e São Caetano. A prática deste tipo de delito acontece durante grande parte do dia, sem que ninguém seja incomodado.

Enquanto a reportagem esteve na estação Mauá, duas pessoas ofereceram os bilhetes através desta prática irregular e, durante meia hora no local, foi possível avistar quatro pessoas cometendo este tipo de crime. A cena, mesmo que observada de longe, se repetiu nas outras cidades.

No dia 18 de janeiro deste ano, o Diário veiculou uma matéria em que 13 pessoas foram presas em flagrante por comércio irregular de passagens em Mauá. Na ocasião, a Polícia Civil deflagrou uma operação conjunta em Itaquaquecetuba, Barueri, Capital e na cidade do Grande ABC, em que efetuou várias detenções e descobriu um esquema que utilizava cartões do Bilhete Único regulares, mas que eram carregados por meio de um software pirata. Em quase oito meses de atuação, somente em Mauá, a CPTM deixou de arrecadar R$ 800 mil.

Outra reclamação recorrente dos usuários da CPTM na região são os constantes atrasos das composições no período da manhã, quando a maioria das pessoas se prepara para chegar ao trabalho. Um dos usuários relata que quase todo dia um dos trens que trafegam pelo Expresso ABC, inaugurada este ano no Grande ABC, sofre com atrasos constantes. “O que foi feito para ganhar tempo acaba demorando mais”, explica.

A linha expressa fez sua primeira viagem em 1 de dezembro de 2016 e, por dia, segundo a própria operadora, beneficia cerca de 49 mil usuários que veem nessa opção a mais rápida para chegar à Capital.

Ainda na estação de Mauá algumas pessoas reclamaram da falta de identificação e de acessibilidade para quem utiliza cadeira de rodas. Este problema também foi relatado na estação Santo André, mas ao menos ali a sinalização e o acesso se apresentam mais fáceis.

Há também o problema dos ambulantes que vendem diversos produtos dentro das composições. Durante o trajeto de Rio Grande da Serra até São Caetano, cinco pessoas entraram nos vagões de trem para vender os mais variados itens, de amendoins a carregadores de celular. Com os produtos escondidos em mochilas e sacolas, os vendedores comercializam seus produtos sem que sejam incomodados. “Quando o trem está cheio eles atrapalham com as mochilas muito grandes, mas tem muita gente que comprar também”, disse um dos usuários.

CPTM

Por meio de nota, após ser questionada pelas demandas de quem usa os trens no dia a dia, a companhia respondeu que realiza constantes fiscalizações quanto aos bilhetes fraudulento na linha de bloqueio de todas as estações, visando evitar irregularidades e sempre colabora com as autoridades policiais, que conduzem estas investigações. A CPTM reforça que a prática é irregular e os envolvidos são conduzidos ao distrito policial. A operadora também realiza campanhas alertando sobre os riscos de comprar bilhetes fora das bilheterias.

Sobre o comércio ambulante, a CPTM lembra também que a prática é ilegal, de acordo com o decreto 1832/96, artigo 40. Diariamente equipes de seguranças atuam uniformizadas e descaracterizadas promovendo ronda nos trens e estações para coibir essa prática. Somente em 2016 foram apreendidos 1.685.458 itens que não tinham procedência.

Na questão da acessibilidade, a companhia tem como meta tornar todas as suas estações acessíveis e aguardava liberação de recursos prometidos pelo governo federal através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade, desde 2014. No início deste ano, o Ministério das Cidades excluiu o projeto de modernização das estações, que incluía a Linha 10 – Turquesa. Do total das 92 estações, 47 são acessíveis.

A CPTM informa também que uma ferramenta sempre útil para a relatar irregularidades é o SMS-Disque Denúncia, cujo número para que o usuário possa denunciar é o 97150-4949. O serviço de mensagens garante o anonimato e funciona 24h.

Sobre os atrasos recorrentes a companhia explicou que, nesta semana, no horário de pico da manhã, foram registradas duas ocorrências na Linha 10-Turquesa (Brás – Rio Grande da Serra). Na quarta-feira, dia 8, por volta das 6h, ocorreu uma falha no equipamento de via e os trens circularam com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações Mauá e Rio Grande da Serra. A manutenção foi acionada e às 6h50, a circulação entrou em processo de normalização.

Na quinta-feira, dia 9, por volta das 7h45, uma composição que trafegava, no sentido Brás, apresentou falha. Os usuários foram desembarcados na Estação Santo André e o trem encaminhado para oficina.  




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