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Em meio a crise, São Caetano projeta polo industrial na cidade

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Silvio Minciotti detalha plano para evitar fuga de empresas e perda de receitas no município

Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
23/01/2017 | 07:10
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Anderson Silva/DGABC


Em meio à crise econômica que afetou o Brasil e que reduziu a arrecadação de Estados e municípios, a Prefeitura de São Caetano planeja a construção de polo industrial na cidade com o intuito de atrair empresas de pequeno porte do ramo da tecnologia. Secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Silvio Minciotti (PSDB) destacou também que colocou em vigência plano para evitar fugas das firmas que já estão instaladas no município.
De acordo com o secretário, o objetivo é evitar mais prejuízo à receita da cidade, já afetada pela crise. A peça orçamentária elaborada pelo governo do ex-prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) prevê arrecadação de R$ 1,3 bilhão para 2017, mas o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) classifica a previsão como “superestimada” e diz que o cenário “real” é de que a receita atingirá R$ 850 milhões neste ano, quase meio bilhão a menos do que o projetado pelo peemedebista.
“Nós temos várias medidas a curto, médio e longo prazos. A princípio, a ideia é melhorar as condições dos desempregados e procurar aumentar a oferta de emprego. Para isso, a gente tem feito ação de aproximação com empresas para tentar a abertura de vagas. O objetivo a médio e longo prazos é impedir que qualquer empresa saia da cidade”, projetou Minciotti, ao frisar que a administração buscará parcerias com instituições de ensino para ofertar cursos de capacitação profissional.
O secretário não soube detalhar qual bairro da cidade é ideal para a implantação de polo tecnológico. Porém, disse que espaços mais vislumbrados estão no Centro e no bairro Cerâmica. “Não é um plano que se cumpra a curto prazo, mas é preciso que a gente comece a agir agora para evitar que no futuro tenhamos qualquer tipo de surpresa desagradável.”
Apesar do otimismo da administração, o cenário econômico não é dos melhores. Só no ano passado, a unidade da GM (General Motors) em São Caetano demitiu pelo menos 165 funcionários das áreas administrativa e até do chão de fábrica. Outros 780 operários estão em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade. Alguns deles, inclusive, estão afastados há quase dois anos.

SITUAÇÃO CRÍTICA
Na semana passada, em ato com servidores, Auricchio estimou que a Prefeitura deve fechar este ano com deficit de R$ 200 milhões. O governo tucano contingenciou 21% do Orçamento para tentar alcançar esse mesmo montante em economia, a fim de evitar encerrar o primeiro ano de mandato no vermelho.
Dados da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) revelam que só nas primeiras semanas deste ano, 43 cidades no Brasil decretaram calamidade financeira. A medida é adotada por gestores em casos urgentes e veda novas despesas que dependem de recursos próprios, como contratações de servidores, realização de novas obras e investimentos, além de justificar possíveis infrações à LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Em São Paulo, estão nesta lista municípios do Interior, como Americana, Catanduva, Hortolândia e Pirassununga. 




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