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Obras paradas há seis anos seguem abandonadas em Santo André

Paralisadas pelo TCE, ambas as construções
não ainda têm previsão para serem retomadas

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
14/01/2017 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


 Iniciadas em 2011, ainda na gestão do ex-prefeito Aidan Ravin (PSB), as obras para construção de duas USFs (Unidades de Saúde da Família), em Santo André, seguem sem perspectiva para que as intervenções nas áreas sejam retomadas. Abandonados há seis anos, os esqueletos dos equipamentos têm causado transtornos para as vizinhanças das futuras unidades do Jardim Alzira Franco e Jardim Santo André.

Paralisadas seis meses após o início de suas construções, ambas tiveram as obras interrompidas devido a erros nos projetos originais, executados pela gestão do ex-prefeito Aidan Ravin. Ambos foram alvo de questionamentos por parte do Ministério da Saúde e do TCE (Tribunal de Contas do Estado). No entanto, passados seis anos, as questões jurídicas seguem sem solução.

Sem receber nenhuma intervenção nos últimos meses, as duas unidades apresentam acúmulo de lixo e condições de risco para moradores dos bairros do entorno.

No Jardim Santo André, a situação é difícil. A estrutura abandonada foi ocupada por diversas pessoas, que entram e saem constantemente. Moradores relatam que o local, que deveria servir como alternativa para a população evitar a sobrecarga em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) próximas acabou tornando-se ponto para consumo de drogas

Pessoas que passavam no local disseram que a unidade de Saúde mais próxima é a localizada no Parque João Ramalho. Além desta, o posto na Vila Luzita também é alternativa, mas para chegar é preciso pegar dois ônibus.

Os moradores próximos à USF do Jardim Alzira Franco têm cenário propício para a proliferação do mosquito da dengue. No terreno foram encontradas garrafas, partes de um sofá, telhas, sacos plásticos e descarte de lixo irregular. Alguns objetos foram queimados em parte do terreno.

Quando a dona de casa Maria de Jesus, 64 anos, precisa de remédios, ela vai à UBS no Capuava. Ela conta que, às vezes, não tem remédio. “Acho essa obra parada uma completa catástrofe. A gente precisa de um posto perto de casa, não é justo a gente ter de sair para outros lugares atrás de remédios”, reclama.

Maria se preocupa com o neto de 10 anos e o marido, de 71, e considera que se a USF funcionasse, a vida seria um pouco mais fácil. “Nós somos seres humanos e necessitamos de uma vida melhor, pelo menos na área da Saúde. As outras coisas a gente vai empurrando, mas a Saúde não dá para deixar para depois”, frisa.

Adelaide Quirino, 56, mora no local há quase oito anos e acha que a obra parada é um desperdício. “Para dar uma vacina nas crianças tenho de ir até o posto, e para isso gasto com duas conduções, pego o primeiro para o Centro de Santo André e o outro para o posto no Capuava”, disse.

Procurada pela equipe do Diário, a gestão do prefeito Paulo Serra (PSDB), que assumiu o Paço no dia 1º, informou que foi criada uma comissão que será responsável pela revisão dos contratos do Executivo, para diagnóstico das obras paradas e as providências necessárias para a retomada das mesmas.  




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