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Conhecer o idioma faz a diferença
Do Diário do Grande ABC
11/01/2017 | 10:05
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Artigo

Conta-se aquela piada: ‘Numa entrevista de emprego, a senhora mencionou no seu currículo, dona Yolanda, que fala fluentemente inglês, espanhol e francês. Muito bom. E Português?’ – ‘Aí vareia.’ A piada pode ser engraçada, mas a realidade mostra que as pessoas encontram dificuldades quando têm de usar o idioma. Citem-se quatro situações que comprovam a afirmação.

Primeira: pesquisa do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios) mostrou que quatro em cada dez candidatos a estágio perdem as vagas por causa de erros de Português. Segunda: mais de meio milhão de pessoas zeraram a redação do Enem 2014; em 2013, 106.742 receberam nota zero. Terceira: conforme o Inaf (Indicador do Alfabetismo Funcional) 2011-2012, pesquisa produzida pelo IPM (Instituto Paulo Montenegro) e a organização não governamental Ação Educativa, quase 40% dos brasileiros com Ensino Superior têm nível insuficiente em leitura e escrita. Quarta: as universidades estão recebendo alguns alunos com seriíssimas dificuldades de expressão, com escrita de semialfabetizados, o que evidencia problemas de aprendizado oriundos dos ensinos Básico e Médio deficientes.

Para a última assertiva, leia-se o seguinte texto, escrito por aluno do 1º semestre de uma faculdade particular, em que se pedia que contasse um pouco sobre a instituição na qual estudava: ‘Faculdade entegrada... Ao meu entrar no colégio da faculdade, o meu ver é grande acúmulo de pessoas conversado, com seus amigo, eu também vejo muitas mulheres bonitas setada sobre as caderas. O que me chama mais atenção é uma quadra de futebol que se encontra no alto da faculdade, por ser tão escuro fasilita o namoro as escondido’. Pois é. Ao que tudo indica, o nosso sistema educacional tem sido ineficaz no objetivo de inserir o aluno na chamada variedade-padrão, a tal da norma culta. Porque estas e outras tantas expressões, como ‘nóis sabe falar português’, se ‘é pra mim namorar com ela’, ‘fazem três domingos que eu não vou na missa’, ‘prefiro mil vezes assistir televisão do que ler um livro’, ‘cê tá brincano com eu?’, ‘espero que este ano seje melhor’ etc, que já fazem parte do repertório linguístico do aluno e usadas normalmente em seu cotidiano socioeconômico e sociocultural, não precisam ser ensinadas; o que se faz necessário é levá-lo à noção de que tais enunciados, que não estão errados, devem ser usados em contextos de interação específicos, e que quando estiver candidatando-se a vaga de emprego ou escrevendo redação no vestibular, terá de usar outro tipo de registro de linguagem.

O que acabou de ser escrito pode ser óbvio, mas, ao menos, se está enfrentando o terrível mote: o encino de Português que tive, concerteza, foi péssimo.

Sérgio Simka e Cida Simka são professores, escritores e palestrantes.

Palavra do leitor

Repercute mal
É muito triste assistir aos arrastões na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. Onde realmente está o poder público nesse momento? Peço ao nosso presidente da República para intervir nessa situação, pois lá temos uma das sete maravilhas do mundo. E, infelizmente, o povo que vem de fora é assaltado, quando não é assassinado. Presidente, monte, por favor, força-tarefa para combater o crime por ali. É muito vergonhoso sermos vistos dessa forma pelo mundo todo. Peço que não me diga que é tarefa do governo estadual. Entendo que se quiser resolver poderá. Faça alguma coisa, porque tudo que acontece no Brasil hoje reflete em sua pessoa. Muito obrigada.
Rosângela Caris
Mauá

Resposta
Em resposta à carta do leitor Cláudio Luiz da Silva (Negligenciados, dia 9), a Prefeitura de Santo André, por meio do DET (Departamento de Engenharia de Tráfego), esclarece que a região citada, provavelmente na Alameda Campestre, possui sinalizações horizontal e vertical adequadas, porém, há fluxo muito grande de motoristas que param em fila dupla por conta do número insuficiente de vagas de estacionamento do restaurante e demais estabelecimentos comerciais localizados na região. O DET vai intensificar a fiscalização no bairro e informa ao munícipe que realiza reestruturação da equipe de agentes para que possam prestar atendimento no período da madrugada, inclusive em operações conjuntas com a Polícia Militar.
Prefeitura de Santo André

De novo!
Faltam medicamentos em Santo André e isso desde outubro. Dia 9, fui aos postos de atendimento da Rua Frei Caneca, no bairro Bangu, e no do Parque Novo Oratório e ambos estão com falta de medicamentos, principalmente o Omeprazol, medicação básica e de baixo custo para o município, que não faz compras do remédio. Vários pacientes precisando e nada! Não se sabe quando vai chegar, dizem os funcionários das unidades de Saúde.
Marcos Ferreira
Santo André

Penitenciárias
Serão gastos R$ 10 bilhões para criar 250 mil vagas em penitenciárias. Qual atitude o governo irá tomar para que daqui poucos anos não precise criar mais 250 mil, 300 mil ou 500 mil? Porque as crianças de hoje serão os jovens de amanhã, que continuarão tendo a mesma escola que não estimula, ensina nem prepara para o mercado de trabalho. No primeiro contato com o narcotráfico, com proposta de alto lucro, não haverá jovem que não queira seguir por esse caminho. Hoje não é caso apenas de vagas prisionais, mas esperança em futuro melhor. Isso tudo sem contar com a tomada do Estado pela ordem e cumprimento das leis. Povo é como criança. Se deixar solto, sem pulso forte e leis que comandam, vira anarquia.
Beatriz Campos
Capital

Bode expiatório
No transporte público, o fim da gratuidade dos idosos acima de 60 anos joga na lata do lixo o Estatuto do Idoso. É retrocesso sobre as políticas públicas o discurso de que o Estado não suporta mais destinar valores gigantescos à subvenção do transporte. O resultado das urnas está permitindo essa ousadia dos governos tucanos em curso e aqueles que foram empossados dia 1º. Podemos nos preparar que virão mais desafetos por aí. O governo federal usa a Previdência como responsável pelo desequilíbrio fiscal e propõe reforma levando os trabalhadores ao genocídio. Enfim, acharam o bode expiatório. E somente mobilizações populares serão capazes de interromper iniciativas como essas e outras mais que estão por vir.
Gercio Vidal
São Bernardo 




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