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Verdades e mentiras nas redes sociais
Do Diário do Grande ABC
04/01/2017 | 10:50
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Artigo

Depois de tornar-se quase onipresente na vida de cerca de 1,8 bilhão de pessoas, o Facebook defronta-se com a necessidade de tornar-se também cada vez mais onisciente. Há poucos dias, a empresa anunciou medidas para reduzir o alcance das notícias falsas divulgadas por intermédio de sua rede – notícias que podem ter influenciado o destino do mundo, como a de que o papa Francisco apoiava o então candidato Donald Trump, o que o teria ajudado a conquistar a presidência dos Estados Unidos. Entre outras medidas, o Facebook vai utilizar os serviços de agências externas para conferir a veracidade das histórias postadas. Se concluírem que é falsa, a notícia não será retirada da rede, mas exibirá etiqueta com a classificação apropriada.

A ideia é cercar o problema sem cercear a manifestação das pessoas e sem prejudicar o business – que vive de fazer bombar o fluxo de notícias para manter seus usuários pendurados em média 50 minutos por dia na rede. O serviço de checagem, por ora, só estará disponível, em caráter experimental, nos Estados Unidos.

A questão é importantíssima e de difícil resolução. Traz à luz o problema da vulnerabilidade da sociedade, que parece crescer, como resultante do avanço tecnológico e do sucesso de empresas globais. Facebook, WhatsApp, Twitter, Messenger, Uber, Waze, telefonia móvel, nuvens, big data, comércio eletrônico, meios digitais de pagamento etc. compõem a família dos sistemas, aplicativos, redes e plataformas que têm redesenhado nosso modo de vida. São os portadores de disrupturas que tornaram o cotidiano mais fácil e dos quais nos tornamos dependentes. Para mitigar os riscos é preciso que haja fiscais. Mas quem fiscaliza os fiscais?

O sistema de classificação nos coloca diante desse e de outros paradoxos. Uma das agências credenciadas pelo Facebook, a Lupa, utiliza sete etiquetas para classificar as notícias. Entre as categorias ‘verdadeira’ (‘a informação está comprovadamente correta’) e ‘falsa’ (‘comprovadamente incorreta’), há etiquetas como ‘ainda é cedo para dizer’, o que significa que ‘a informação pode vir a ser verdadeira. Ainda não é’. Outra etiqueta é ‘exagerada’, usada quando ‘a informação está no caminho correto, mas houve exagero’. A empreitada de querer classificar as informações na rede, de tão ambiciosa, beira a ficção. E traz a tiracolo o perigo da manipulação da verdade em nome do combate à mentira. Um dos resultados imediatos será a valorização das fontes tradicionais de informação, jornais e serviços noticiosos.

Arie Halpern é economista, empreendedor e diretor da israelense Gauzy Technologies e da irlandesa Tonisity.

Palavra do leitor

Esperança
Santo André está de prefeito novo. Esperamos que ele não entregue a seu sucessor a cidade que recebeu de seu relapso antecessor: é mato tomando conta de ruas, avenidas, praças, parques e jardins. Sinalização de solo para orientar motoristas quase que totalmente apagada, de nada serve. Ruas esburacadas, banheiros públicos não utilizáveis (exemplo: Teatro Municipal, uma vergonha para um local que era orgulho dos andreenses), enfim provas de um profundo desamor com os munícipes que o elegeram!
Adanor Quadros
Santo André

Atenção
Os mais de 5.000 prefeitos recém-empossados, de forma generalizada, com raras exceções, discursaram sobre problemas com os orçamentos, com a falta de recursos. E anunciam redução de investimentos públicos, inclusive em áreas como Saúde e Educação. Cabem duas observações, ou seja, as organizações sociais precisam estar atentas e não podem deixar que serviços públicos essenciais sejam prejudicados. E, por sua vez, o funcionalismo, principalmente o ligado às finanças públicas, precisa influir no encaminhamento dos orçamentos. O momento é agora.
Uriel Villas Boas
Santos

Sem dinheiro?
Quando vimos o governador Fernando Pimentel, de Minas Gerais, Estado quebrado, sem dinheiro para pagar contas básicas, pegando helicóptero para buscar seu filho depois das festas de fim de ano, sabemos por que nos indignamos tanto com nossos “congressistas” que aprovaram ajuda aos Estados gastões, sem precisar de nenhuma contrapartida. Como o dinheiro vem do além, sanadas as dívidas que recairão nas costas do povo brasileiro, continuam na mesma farra como se nada tivesse acontecido. No mínimo deveriam ter sido destituídos de seus cargos, pela incompetência de gestão. Qual a sugestão do nosso impoluto Congresso Nacional?
Beatriz Campos
Capital

É legal. E moral?
Diante das dificuldades financeiras que o governo federal e a maioria dos Estados e municípios brasileiros atravessam – dívida de R$ 120 bilhões com bancos públicos –, o que chama a atenção da sociedade são os gastos extravagantes dos nossos dirigentes políticos, como, por exemplo, o uso de 238 vezes dos aviões da FAB, a maioria sem justificativas, pelos ministros do governo Temer. E agora, para completar, o caso do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), que usou o helicóptero do governo para buscar seu filho e amigos em festa de Réveillon, tendo ainda coragem de dizer que é legal, e está de acordo com a lei. E o lado moral, como fica? Só um detalhe: essas ocorrências de imoralidade só confirmam o resultado da pesquisa produzida em 28 de outubro pela Escola de Direito de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que mostrou que a confiança da população no Congresso é de 10%; na Presidência da República, 11%; e nos partidos políticos, 7 %.
Edgard Gobbi
Campinas (SP)

Enchentes
Senhor João Doria, novo prefeito de São Paulo, sou cidadão brasileiro, morador nesta Capital desde 1948. Já sofri muito com as enchentes que nos assolam, e menos que muitos outros que já perderam tudo da sua casa, utensílios, a própria casa e até entes da sua família! Eu entendo a gravidade do problema que sofrem os menos assistidos de recursos, da complexidade que será resolver esse drama que martiriza os mais humildes e até os ricos! Porém, entendo também que já foi gasto, desde 1950, o suficiente para ter feito obra adequada duas ou três vezes com os mesmos recursos e para isto lanço desafio a todos os ex-governadores e ex-prefeitos explicarem ao povo paulistano quanto já gastaram neste período e qual foi a solução prática obtida? Prefeito, sei perfeitamente que o senhor jamais conseguirá fazer obra desse porte durante o seu mandato, não há recursos e nem tempo suficientes para executar tamanha tarefa. No entanto, o caminho certo será elaborar projeto correto e definitivo e começar as obras imediatamente, não importando o tempo que demandará.
Benone Augusto de Paiva
Capital
 




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