Política Titulo Dívida pública
Gestão Donisete diz que deixará R$ 85 milhões de restos a pagar

Montante está abaixo do estimado pelo prefeito eleito de Mauá, de R$ 300 milhões

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
01/01/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O governo do prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), garante que deixará aproximadamente R$ 85 milhões de restos a pagar para o chefe do Executivo eleito, Atila Jacomussi (PSB). O montante está bem abaixo do divulgado por Atila, que estimava herdar R$ 300 milhões em dívidas não quitadas pela administração petista.

Desse valor que a gestão Donisete alega deixar, cerca de R$ 15 milhões são referentes a vários débitos dos dois últimos governos, de Leonel Damo (PMDB, 2005 a 2008) e de Oswaldo Dias (PT, 2009 a 2012). A administração petista sustenta que da sua conta, cerca de R$ 70 milhões de dívidas do Tesouro municipal serão deixadas para o governo eleito.

Secretário de Governo da gestão petista, Edílson de Paula (PT) criticou Atila por superestimar os valores. “Acho que o novo prefeito deve ter cuidado no que fala porque daqui a pouco é ele quem vai ser cobrado”, disse. Edílson também rebateu as declarações do prefeito eleito de que o governo Donisete deixará “pacote de maldades” antes de sair do Paço. Atila se referia ao reajuste das tarifas de água e da taxa de iluminação, elevada em 8,5%. “Não tem pacote de maldade, foram reajustes que corrigiram a inflação do período. Se o Atila achar injusto os aumentos, que revogue”, contestou o petista. Atila ainda não informou se vai cancelar os reajustes.

As principais dívidas deixadas por Donisete serão contratos já existentes e que os pagamentos aos fornecedores já foram empenhados mas que não foram liquidados. Apesar de atrasar pagamento da rescisão de comissionados, a administração petista conseguiu fechar o ano sem ficar devendo para o funcionalismo, incluindo o 13º salário. O governo sustenta ainda que todos os contratos de serviços essenciais estão vigentes.

Donisete também contabilizará dívidas fundadas para o sucessor. Entre elas, a negociação com a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 482,54 milhões. Desse montante, o prefeito petista quitou 12% (R$ 55 milhões). O passivo é do início da década de 1990, referente a empréstimo de 13,7 milhões de cruzeiros feito pelo governo de Amaury Fioravanti, que não foi pago por sucessivas gestões e, com juros e multas, chegou ao patamar de R$ 3 bilhões em 2014. Esse valor foi negociado naquele ano por Donisete, que tinha garantido a repatriação da dívida durante a campanha eleitoral de quatro anos atrás.
 




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