Setecidades Titulo São Bernardo
Baeta Neves dá aula de solidariedade

Comerciante conta com a ajuda de familiares
e vizinhos para reerguer banca destruída

Victor Hugo Storti
do Diário do Grande ABC
17/12/2016 | 22:31
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DGABC


Em meio às cinzas que ficaram espalhadas pelo chão da antiga banca de jornal, destruída pelas chamas em um incêndio criminoso na semana passada, Sílvio Luiz Bragagnolo, 57 anos, faz as contas do prejuízo que teve com o episódio. “Entre publicações e a lata (estrutura), perdi, no mínimo, R$ 40 mil”. O comerciante do bairro Baeta Neves, em São Bernardo, descarta abandonar a profissão, exercida há 27 anos, e, para recomeçar, conta com a solidariedade dos amigos e familiares.

Bragagnolo, que é dono de banca de jornal desde 1989, sempre na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Baeta Neves, se emociona toda vez que fala sobre os planos para o futuro. “Aos 57 anos, recomeçar é difícil. Justo na hora em que estava pensando em diminuir o ritmo e poder descansar aos domingos. Abortei tudo agora, tenho de recomeçar, porque não tenho outra fonte de renda. É difícil, mas é o que tem para hoje”, disse em meio às lágrimas.

Se depender da ajuda e da solidariedade dos moradores e dos comerciantes do bairro, Bragagnolo pode respirar um pouco mais aliviado. Querido por todos na localidade, ele vem recebendo inúmeras palavras de apoio e colaboração. Ao lado de seu fiel escudeiro, o cachorro Billy, que o acompanha todos os dias há 11 anos, o comerciante se mostra agradecido pelas palavras de apoio e por toda ajuda que recebeu desde o incêndio em sua banca. “Onde você for aqui no bairro vai encontrar uma caixinha para arrecadar dinheiro para mim. É assim que estou pagando as dívidas, com a ajuda de todos.”

A principal contribuição veio de um amigo, um novo ponto de trabalho. Uma banca de jornais antiga foi emprestada e colocada ao lado da incendiada. Isso sem falar em vários gibis e revistas que foram doados por moradores para que o novo ponto não ficasse vazio. Além disso, também há campanhas em redes sociais que buscam recursos para ajudar o jornaleiro.

A administradora Laís Donadio, 23, trabalha em loja ao lado da banca de Bragagnolo. Ela destacou que o problema deixou todos os funcionários muito tristes, mas que a primeira atitude foi a de ajudar. Foram feitas duas rifas, que juntas arrecadaram R$ 2.500, além de uma vaquinha pela internet que, até o momento, soma R$ 680. “Ele é uma pessoa muito boa e sempre nos ajudou quando precisamos. Mobilizou todo mundo aqui da empresa, até porque já passamos por episódio parecido, só que com uma enchente”, contou.

Já a comerciante Nilda Souza, 52, dona de brechó em frente ao ponto de trabalho de Sílvio, disse que o crime assustou toda a avenida. Ela revelou que o jornaleiro, conhecido de longa data, já é considerado da família. “Ele é uma pessoa maravilhosa. Nós compramos várias rifas e demos apoio que, nessa hora, é muito importante.”
 




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