Os assaltos no entorno do campus Santo André da UFABC (Universidade Federal do ABC), no bairro Bangu, continuam a preocupar os alunos. Cansado de ser alvo de roubos, principalmente de celulares, grupo formado por estudantes começa a discutir mudanças a serem feitas.

Estudante de doutorado em Química, Larissa Torres, 26 anos, foi assaltada por quatro homens em duas motos em junho na rua da instituição de Ensino Superior. “Levaram meu computador e o meu celular. Isso é comum, até mesmo no meio da tarde. A gente acaba nem saindo do campus, com medo.”

Larissa, que já acompanhava as reuniões do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), decidiu criar o grupo UFABC Segurança no início do mês. Apesar de os alunos terem feito apenas uma reunião, o intuito é discutir e implantar projetos efetivos sobre o tema. “Pretendemos fazer banners de vigilância solidária e pedir o aumento do número de rondas na região. Também vamos fazer campanhas de conscientização com os alunos e pedir que sempre se ande em grupo nas ruas do bairro”, disse.

O aluno do curso de Economia Arthur Andrade, 23, foi roubado na Rua Abolição, que dá acesso ao campus, há dois meses, por um motoqueiro. Ele contou que, por volta das 6h, a abordagem foi feita a um casal e que depois o ladrão foi para cima dele e o agrediu. “Ele chegou e já me deu um soco no rosto. Meu nariz ficou sangrando. Ele pediu minha carteira e o celular e eu entreguei”, revelou.

Em quatro anos que estuda no local, o jovem afirma que esta foi a segunda vez que foi roubado. Apesar de ter feito boletim de ocorrência, Arthur afirmou que não teve retorno sobre o assunto.

De acordo com dados da PM (Polícia Militar), de janeiro a novembro deste ano, 48 roubos a transeuntes foram registrados (35 de celulares) no entorno do campus Santo André da UFABC. O número é 40% menor em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 81 ocorrências. O problema é alvo de denúncias do Diário desde 2011.

O delegado titular do 2º DP (Camilópolis) Georges Amauri Lopes, que é responsável pela área. afirmou que há concentração de ocorrências no local, porém, não são números alarmantes. “Está havendo roubos sim, mas numa mesma proporção em que outros locais”. Ele também informou que a investigação está empenhada na identificação de ladrões que estejam atuando na região.

A PM afirmou que faz patrulhamento efetivo do local, utilizando duas viaturas de ronda escolar e uma comum em dois períodos. Cada veículo tem dois policiais e a corporação também mantém dois agentes da Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho), das 16h as 0h, nas ruas do bairro. Além disso, a polícia diz que a área é prioridade e, por isso, sempre é incluída em operações.