Economia Titulo Reação
Vendas do varejo no Grande ABC crescem 1,7% em agosto

Valor faturado pelo comércio, de 2,7 bilhões, supera em R$ 77 milhões montante de 2015

Paula Oliveira
Especial para o Diário
25/11/2016 | 07:13
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Nario Barbosa/DGABC


O faturamento do comércio varejista no Grande ABC teve alta de 1,7% em agosto, já descontada a inflação, na comparação com o mesmo mês em 2015. As vendas somaram R$ 2,7 bilhões, o que representou incremento de R$ 77 milhões nos caixas dos estabelecimentos.

Os dados foram fornecidos com exclusividade ao Diário pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviço e Turismo do Estado de São Paulo).

Desde junho, as vendas mensais dos estabelecimentos comerciais têm apresentado pequenas elevações frente aos mesmos meses do ano passado. Porém, no acumulado do ano, ainda há queda de 1,5% frente ao acumulado de janeiro a agosto de 2015. Nos últimos 12 meses, a retração é ainda maior, de 5,3%.

Segundo o assessor econômico da FecomercioSP, Guilherme Dietze, o aumento das vendas se deu pelo fato de o movimento em agosto do ano passado ter sido muito ruim, o pior desde 2008, quando a pesquisa começou a ser realizada pela FecomercioSP. Para se ter uma ideia, na comparação desse resultado com o faturamento do oitavo mês de 2014, a queda havia sido de 10,1%. “A base fraca do ano passado colabora com o crescimento de algumas atividades, mas, mesmo assim, vejo o dado regional como uma recuperação, mesmo que ainda muito pequena”, afirma Dietze.

Dentre as nove atividades pesquisadas, seis apresentaram crescimento nas vendas em agosto, na comparação com igual mês em 2015. Destaque para o setor de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos, que registrou alta de 24,6%, totalizando receita de R$ 211,5 milhões.

Outro ramo que se destacou foi o supermercadista,com acréscimo de 4,4% no oitavo mês do ano ante o mesmo período no ano passado, ao faturar R$ 1,005 milhão.

Por outro lado, os três únicos segmentos pesquisados que registraram queda nas vendas foram o de farmácias e perfumarias, com retração de 22,8% e vendas que somaram R$182,6 milhões; lojas de vestuário, tecidos e calçados, com recuo de 13,9% e receitas de R$ 182,4 milhões; e concessionária de veículos, com baixa de 1,8% no faturamento, para R$ 354,6 milhões.

“O que estamos vendo é uma melhora lenta e pequena, mas essa recuperação deve continuar sendo assim até o fim do ano. É preciso ter perspectiva mais otimista e pensar que o pior já passou. Alguns indicadores, inclusive, mostram mais confiança do consumidor e também das empresas”, avalia Dietze.

FORÇA DE TRABALHO - Ainda que o faturamento da região tenha apresentado leve reação em relação a 2015, o emprego ainda é fator preocupante no Grande ABC.

O número total de empregados formais no varejo na região apresentou recuo de 3,6% em agosto, em relação ao mesmo período de 2015. Foram abertos 311 postos de trabalho, resultado de 4.005 admissões e 3.694 desligamentos.

Em 12 meses, foram eliminados 4.071 empregos com carteira assinada. O estoque de profissionais formais, portanto, é de 109.905 pessoas.

“A queda na geração de emprego do comércio é reflexo do mau desempenho setor industrial, que sofre mais no Grande ABC do que em outras regiões do País. Por esse motivo, a região não reflete os dados do restante do Estado de São Paulo, em que, ao contrário, apresentaram alta no estoque de empregados pelo segundo mês consecutivo, o que não ocorria desde 2014”, afirma o assessor econômico da FecomercioSP.

Nas sete cidades, oito das nove atividades analisadas apresentaram variação negativa no volume total de funcionários na ativa. As maiores quedas na ocupação formal foram vistas nos segmentos de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-8,2%), concessionárias de veículos (-7,7%) e lojas de móveis e decoração (-6,7%). Apenas o setor de supermercados apresentou leve crescimento de 0,1% na mesma base comparativa.

“O desemprego acontece porque as empresas não vendem. A inflação acelerou e os donos dos empreendimentos não conseguem pagar as contas e nem os funcionários. Muitos deles preferem, então, reduzir o número de profissionais”, assinala o diretor do Sincomércio ABC (Sindicato dos trabalhadores Comerciário e Varejista do ABC), João Cano. “Com isso, além de desemprego, temos visto um número excessivo de lojas fechando as portas na região. A economia ainda está ruim e isso reflete nos números, tanto de vendas como de emprego”, explica.
 




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