O PT foi varrido do mapa pelo eleitor do Grande ABC. Encerrado o processo de 2016, com a divulgação dos resultados do segundo turno, realizado ontem, o Partido dos Trabalhadores fica sem representante nas sete prefeituras da região, que lhe foi berço em 1980. Será a primeira vez, em 36 anos, que a agremiação não comandará ao menos um município no que até outro dia era chamado de ‘Cinturão Vermelho’, tamanha a hegemonia petista.

Se a derrocada da legenda é evidente, impossível de ser contestada à luz dos números que emergiram das urnas, ainda falta aos dirigentes do PT fazer a necessária reflexão sobre as razões que levaram o partido a desfecho tão trágico. Certamente o envolvimento de lideranças da sigla nos escândalos de corrupção mais noticiados da história é um dos maiores responsáveis pela implosão ora consumada. Mas há também a arrogância petista.

Desde que surgiram as primeiras revelações das relações espúrias que sustentavam a máquina petista em funcionamento, ainda no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a agremiação procurou desacreditar os críticos a corrigir os desvios apontados. Invocando suposta superioridade moral, que o noticiário insistia em desmentir, o PT passou a desprezar quem não rezasse pela sua cartilha. No Grande ABC não era diferente, principalmente quanto aos que traziam à tona seus malfeitos administrativos, postura sempre adotada por este Diário.

Enquanto o PT, querendo recuperar o protagonismo perdido, deve mergulhar em amplo exame de consciência, o PSDB chega ao poder surfando em onda azul que atingiu todo o Brasil, do Oiapoque ao Chuí. Só no Grande ABC os tucanos vão governar as três cidades mais ricas (Santo André, São Bernardo e São Caetano) e Rio Grande da Serra. Têm, portanto, todas as condições de realizar gestão exemplar, capaz de desenvolver a região social e economicamente. Que os prefeitos eleitos comecem, sem perda de tempo, a implantar os planos de governo que saíram vitoriosos das urnas. A população merece.