Diante da posição de neutralidade do prefeiturável Raimundo Salles (PPS), os vereadores eleitos pelo partido no dia 2, Fabio Lopes e Rodolfo Donetti – ambos em primeiro mandato a partir de janeiro –, e integrantes da cúpula popular-socialista decidiram encampar neste segundo turno a trincheira da candidatura do ex-vereador Paulinho Serra (PSDB) ao Paço contra o atual prefeito Carlos Grana (PT), que tenta a reeleição.

Presidente da sigla na esfera local e postulante da legenda ao Executivo, Salles liberou na semana passada os correligionários a apoiar qualquer um dos nomes da disputa majoritária.

O PPS não tem hoje representatividade na Câmara. A dupla de parlamentares selou a adesão na quarta-feira, depois do aval de Salles, autorizando cada militante escolher um lado. “O Donetti e eu procuramos o Paulinho para dar apoio por entender que neste momento o projeto do PSDB é o melhor para a cidade. Nós (vereadores) levantamos bandeira da renovação e a candidatura dele é a que espelha aquilo que vínhamos pregando”, pontuou Lopes. “Esse era o caminho natural. A maioria almejava isso”, completou. Lideranças do partido articulavam fazer encontro ontem à noite para concretizar aliança em bloco na sede da campanha tucana, mas a reunião foi adiada. Componente da executiva municipal, o ex-vereador Marcos Medeiros calculou que 90% da sigla está afinada com o pleito do PSDB, que nunca comandou o Paço andreense.

Indicando apatia quanto à etapa final do pleito, Salles já disse que vai votar nulo no dia 30. Ele ainda viajou no começo da semana à África do Sul e não conduziu o processo de tratativas com o tucanato – legenda que sugeriu o vice em sua chapa na campanha de 2012, com Ricardo Torres –, o que deixou a base perdida no que se refere ao suporte. O novo tour do prefeiturável pelo Exterior deu tom de que não havia intenção de sua parte em participar da conversa, principalmente após Paulinho evitar a adesão.

Englobando também discurso de novidade no cenário para endossar a opção, Lopes e Donetti participaram de atividades ao lado de Paulinho. “Avaliamos que quem está mais preparado é o 45. Tem mais identidade conosco, credencial de renovação, novas ideias. Acreditamos ser a alternativa viável por mudança”. Donetti falou que o acordo ainda não envolve governabilidade, caso o tucano saia vitorioso do páreo. Lopes acrescentou que há interesse em participar do governo. “Queremos contribuir, inclusive, com a ideia de enxugar a máquina.” Paulinho não foi localizado para falar sobre o assunto.