As divergências entre indígenas e agricultores na região chamada Barragem Norte já dura cerca de dez anos. Os índios aguardam a homologação da ampliação da área indígena, que passaria de 14 mil para 37 mil hectares. O processo de demarcação de terras indígenas da comunidade Laklãnõ-Xokleng está em tramitação no Supremo Tribunal Federal desde 2007.
No início desta semana, segundo os indígenas, os colonos atearam fogo na casa de um índio e retiraram a placa que informava a demarcação indígena. O ato teria motivado um grupo de 20 indígenas a invadir uma das casas da comunidade e levar duas pessoas como reféns. Eles bloquearam as estradas que dão acesso à aldeia e reivindicavam a presença da Justiça Federal.
O prefeito da cidade, Jonas Pudewell (PSD) acionou a Polícia Militar e o Ministério Público Federal, exigindo um acordo de convivência e a saída das seis famílias de colonos que vivem na área pleiteada pelos índios.
Justiça Federal
Ainda na tarde desta quarta-feira, a Justiça Federal autorizou que a PF cumprisse mandado de busca e apreensão na reserva. Mas os indígenas aceitaram a liberação sem necessidade do cumprimento da ordem. Eles também entregaram às autoridades uma carta onde reivindicam a saída das famílias de não índios da área.
Às 17h desta quarta, lideranças indígenas e proprietários rurais envolvidos no caso participaram de audiência na Justiça Federal. Os reféns liberados passaram por exame de corpo delito e não apresentavam ferimentos. Ninguém foi preso.
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