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Mauá não emplaca CEI sobre saques de Valdirene
Por Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
03/08/2005 | 08:03
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Não chegou nem a ser apresentado o pedido de instauração de CEI (Comissão Especial de Inquérito) na Câmara de Mauá para investigar supostas irregularidades cometidas pela ex-secretária de Finanças Valdirene Dardin. A vereadora Vanessa Damo (PV), autora do requerimento, não conseguiu as assinaturas necessárias para protocolar a proposta.

Em contrapartida, obteve da base aliada a promessa de poder acompanhar de perto os trabalhos da comissão de sindicância da Prefeitura que investiga o destino dos R$ 230 mil que teriam sido retirados de conta do Executivo por Valdirene. "Não sei se farei parte da comissão, mas vou poder apurar o caso mais de perto", avalia Vanessa.

A parlamentar conseguiu apresentar uma outra proposta de CEI, para investigar acordo entre a Prefeitura e a CPEM (Consultoria para Empresas e Municípios) firmado em 2000, mas a votação do pedido foi adiada em cinco sessões. A alegação do requerente do adiamento, vereador José Luiz Cassimiro (PT), foi que o Ministério Público já investiga o caso. Os únicos a votarem contra o adiamento foram a própria Vanessa e o vereador Manoel Lopes (PFL).

O acordo com a CPEM é investigado pelo MP e pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) desde 2000, quando Lopes apresentou a denúncia aos órgãos. Segundo o pefelista, em outubro de 2000 constavam 18 ordens de pagamento da Prefeitura à consultoria, que totalizavam cerca de R$ 2,7 milhões. O prefeito em exercício por ocasião da assinatura do acordo era Márcio Chaves (PT), candidato cassado à Prefeitura de Mauá.

À época, o pefelista quis saber o porquê da dívida e também tentou emplacar uma CEI para investigar o caso, mas o pedido foi rejeitado pela base aliada. Segundo Lopes, há novas informações que justificam o pedido de CEI apresentado nesta terça-feira por Vanessa.

"A novidade é que a Prefeitura pagou, em dezembro de 2004, R$ 2 milhões de um acordo firmado com a consultoria, mas o acordo foi que R$ 1 milhão fosse pago ano passado, parcelado em 12 vezes", argumenta o pefelista.

Tempo perdido - Foi adiado para o dia 10 o depoimento de José Raimundo, um dos sócios da Flash Comunicações Ltda., empresa do Mato Grosso do Sul suspeita de participar de esquema de corrupção envolvendo o Grupo Peralta Empreendimentos e Participações em campanhas eleitorais do PT de Mauá e o da capital. A alegação da advogada de Raimundo para remarcar o depoimento foi que ele participou de outra audiência na última segunda-feira e não poderia comparecer pois estava cansado.

Nesta terça-feira, os promotores do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional Contra o Crime Organizado) ouviram Laércio dos Santos, primeiro advogado da ex-secretária de Finanças de Mauá, Valdirene Dardin. Também não rendeu o depoimento dele; alegando sigilo profissional, o advogado não revelou detalhes das conversas que teve com sua ex-cliente.




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