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Dirigentes asiáticos se rebelam e adiam eleição para o Conselho da Fifa
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27/09/2016 | 10:44
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Os líderes do futebol da Ásia se rebelaram contra a Fifa nesta terça-feira, cancelando seu congresso extraordinário e adiando a eleição de três representantes para o novo Conselho da Fifa.

A Confederação Asiática de Futebol (AFC, na sigla em inglês) disse que o seu congresso durou apenas 27 minutos depois de os países-membros votarem por 42 a 1 contra a agenda. A decisão vem dois dias após a Fifa impedir um candidato do Catar a concorrer a um lugar no seu conselho.

O congresso em Goa havia sido convocado para eleger três dirigentes que se juntarão aos outros membros da AFC no órgão, que são do Japão, do Kuwait e da Malásia, além do presidente xeque Salman bin Ebrahim Al Khalifa, do Bahrein, no Conselho da Fifa de 37 membros. Apenas Cingapura votou a favor da agenda. O candidato do país, Zainudin Nordin, foi visto como um beneficiário da exclusão do adversário catariano.

"O congresso falou em uma só voz e foi clara para todos nós", disse o xeque Salman. "O presidente da Fifa, Gianni Infantino, eu não tenho certeza se você esteve em um congresso mais curto, mas eu acho que você pode ver a força da opinião na sala".

O aumento do Conselho da Fifa para 37 membros, presidido por Infantino, foi uma parte essencial das reformas no organismo mundial, abatido por escândalos de corrupção, e foi aprovada no mesmo dia em que o ex-secretário-geral da Uefa bateu o xeque Salman na eleição presidencial. "Hoje, a AFC e o futebol asiático mostraram solidariedade", disse o xeque Salman. "A mensagem foi clara para todos, tanto dentro como fora da Ásia".

A AFC depois realizou uma reunião de emergência do seu comitê executivo, quando o chinês Zhang Jian foi adicionado à comissão até o próximo congresso extraordinário. Datas e um local para a eleição reprogramada terão que ser ratificadas pela Fifa.

O juiz do Comitê de Ética da Fifa, Hans-Joachim Eckert, abriu no início deste mês um processo contra o vice-presidente da Associação de Futebol do Catar, Saoud Al-Mohannadi, que era um dos candidatos ao Conselho da Fifa.

Os promotores da Fifa pediram que Eckert suspenda Al-Mohannadi por "não menos de dois anos e seis meses" por não dizer a verdade e não cooperar adequadamente com uma investigação. Mas Al-Mohannadi disse na época que estava confiante de uma avaliação justa e que ele tinha colaborado abertamente. O caso não envolve a escolha do seu país como sede da Copa do Mundo de 2022, mas a Fifa não deu maiores detalhes.

A Fifa anunciou no último domingo que havia barrado Al-Mohannadi de participar da eleição com base em um relatório da sua comissão de ética, deixando Zhang, o secretário-geral da Associação de Futebol da China, disputando contra Ali Kafashian, do Irã, e Zainudin Nordin, de Cingapura, dois dos três assentos em disputa pela Ásia.

O terceiro assento da Ásia foi reservado para mulheres, com Moya Dodd, da Austrália, enfrentado Han Un Gyong, da Coreia do Norte, e Mafuza Akhter, de Bangladesh.

Rival de Infantino na eleição e presidente da AFC, Salman negou que o adiamento da eleição tenha o intuito de atrasar a agenda de reformas da Fifa. "Não há nenhum desentendimento entre nós e a Fifa", disse. "Eu acho que nós somos os primeiros defensores das reformas da Fifa, mas precisamos ser justos".




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