Economia Titulo Produção
Metade da indústria regional está parada
Vinícius Claro
Especial para o Diário
01/09/2016 | 07:18
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A indústria do Grande ABC está produzindo apenas 55% do que tem capacidade, segundo o Boletim IndústriABC, realizado pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo.

Na prática, quase metade do potencial produtivo não está sendo utilizada. No Brasil, o indicador aponta para 64% de utilização e, no Estado de São Paulo, 65%. É o sexto ano consecutivo de queda para o primeiro semestre.

De acordo com o coordenador do Observatório Econômico, Sandro Maskio, esse é um grande problema para as empresas, já que a estrutura de produção (máquinas, equipamentos e edificações) gera desembolsos de manutenção e carregamento altos. “Esse custo não desaparece. Isso espreme e dificulta ainda mais a situação financeira das empresas.”

A pesquisa também aponta que a expectativa quanto ao estoque das indústrias era de que ele crescesse em 2016, pela diminuição da atividade econômica. No entanto, os números estão abaixo do planejamento esperado. Em escala de zero a 100, o projetado na região era de 42, mas está em 32,8. Para Maskio, o número pode ser interpretado de duas formas. A primeira mostra que o recuo significa queda do tamanho da empresa, já que a diminuição do volume de itens fabricados e não comercializados não se dá por melhora expressiva da demanda, pelo fato de as empresas estarem vendendo menos. “É muito mais o reflexo do próprio ajustamento da escala de produção, da indústria estar reduzindo seu tamanho.” A outra é que, no entanto, pela quantidade estar abaixo da projeção, pode ser um sinalizador positivo, indicando aumento na produção dos próximos meses para atingir esse patamar.

O boletim também destaca o Índice de Confiança do Empresário Industrial. O nível na região (39,3) está abaixo do nacional (47,3) e do estadual (45,9). Neste caso, quanto mais perto de 100, melhor; 50 mostra indiferença e abaixo desse valor, pessimismo.

EXPECTATIVA - A projeção para o futuro demonstrou aumento na intenção de investimento dos empresários; de janeiro para julho, passou de 34,4 para 48,6.

Para Maskio, o impeachment pode ter um reflexo, a curto prazo, nas expectativas, que durante o mandato interino se mostraram melhores. “A longo prazo, é preciso pensar em projeto de fôlego para indústria nacional, algo que há muitos anos não temos”, avalia o coordenador. 




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