"Ele (Mendes) defende o sistema jurídico atual, mas como é que um sistema tão eficiente transformou esse país nesse horror de corrupção?", questionou Lorenzoni. O relator voltou a defender o projeto. "Este parlamento tem inúmeros defeitos, mas tudo que foi produzido aqui a partir de iniciativa popular melhorou o sistema. Desafio quem disser o contrário", indagou o relator, citando a Lei da Ficha Limpa, aprovada em 2010.
Na terça-feira, 23, Mendes criticou diversos pontos do projeto, como o que prevê o uso de provas obtidas de maneira ilícita quando houver boa-fé, e disse que o pacote não pode ser aprovado na íntegra. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro afirmou que os procuradores precisam "calçar as sandálias da humildade". Ele acusou o MP de cometer abusos e de ter vazado a delação do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, citando o ministro Dias Toffoli, por vingança.
"Eu vi outro dia na TV uma procuradora da República falando que o Congresso tem que aprovar o projeto (das dez medidas) porque teve o apoio popular. Ora, de onde tiraram essa autoridade, essa legitimidade?", perguntou Mendes. O ministro disse ainda que "o recado está dado". "Isso não vai prosseguir assim, a gente tem instrumentos para se colocar freios. (...) Isso já ocorreu antes no Brasil. O cemitério está cheio desses heróis."
Na semana passada, o presidente do TSE se envolveu em outra polêmica ao dizer que a Lei da Ficha Limpa "parece ter sido feita por bêbados". "Sem querer ofender ninguém, mas já ofendendo, parece que a Lei da Ficha Limpa foi feita por bêbados. É uma lei mal feita, nós sabemos disso", afirmou o ministro.
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