Conforme o vice-ministro de Relações Econômicas e Integração paraguaio, Rigoberto Gauto, representante de Assunção no encontro, houve coincidências entre Brasil, Argentina e Uruguai na reunião desta terça-feira, mas o comando administrativo seguiria vago. Ele evitou dar detalhes sobre as alternativas para superar o impasse e disse que seriam levados relatórios aos chanceleres. Um representante da Caracas foi convidado, mas não compareceu sob alegação de que o encontro não era uma atividade oficial do bloco.
Não era esperada uma definição da reunião, por não envolver diretamente os ministros de Relações Exteriores. Em um encontro com maior hierarquia no dia 11 de julho, com a participação de chanceleres do Paraguai e do Uruguai, a ministra de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, apareceu de surpresa para denunciar uma conspiração de direita.
Ao sair do encontro desta terça-feira, o representante paraguaio acrescentou que o esforço para aproximar o Mercosul da União Europeia e da Aliança do Pacífico continuará apesar da falta de um coordenador reconhecido por todos os membros. Já havia um acordo para que, mesmo se Caracas assumisse a função, as negociações com outros mercados ficassem a cargo de Montevidéu. Paraguai e Brasil apoiavam a proposta argentina de uma presidência conjunta até janeiro, quando o governo de Mauricio Macri passa a ocupar o posto.
Delcy, que acusou Brasil, Argentina e Paraguai de formar uma Tríplice Aliança de direita contra seu governo, esteve na Índia na sexta-feira e falou em nome do bloco. "Abordamos o tratado de livre comércio entre Mercosul e Índia, e decidimos falar de temas para expandir esse acordo", afirmou ela de Nova Delhi à televisão estatal VTV. (Rodrigo Cavalheiro)
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