O comentário no núcleo do governo é que Igreja chegou até mesmo a postar mensagens pró-Dilma no Facebook. Atualmente, ele era o responsável pela organização da recepção de todos os chefes de Estado para a Olimpíada.
Antes de ser enviado a Cuba, o embaixador deverá assumir um posto em Pequim como encarregado de negócios. A chegada a Havana, no entanto, ainda pode demorar porque o governo cubano precisa antes aceitar a indicação - o chamado "agrément" - e, depois, Igreja deverá passar por uma sabatina no Senado.
Na tentativa de contornar o mal-estar, o governo Temer acertou com o embaixador uma exoneração "a pedido", publicada na edição extra do Diário Oficial da União, que circulou neste sábado. A dispensa, no entanto, foi cuidadosamente planejada ao longo da sexta-feira, com troca de telefonemas entre ministros, diplomatas e Temer, para evitar que a transferência para Havana acabasse sendo interpretada como "retaliação". "Ele quer ir para Cuba mesmo", disse um ministro ao Estado de S. Paulo.
Igreja exerceu interinamente o cargo de chefe do cerimonial da Presidência da República entre 11 de agosto e 8 de setembro do ano passado, substituindo Renato Mosca, que estava em licença médica naquele período. Dilma ficou irritada com Igreja quando, em 27 de agosto, foi "barrada" por ele numa solenidade no Planalto, para comemorar os 10 anos do Bolsa Atleta. Na ocasião, o chefe do cerimonial pediu à presidente que aguardasse a passagem de atletas cadeirantes. Levou uma bronca de Dilma.
Com a saída de Igreja, o diplomata João Mendes assume interinamente a organização do cerimonial da Olimpíada.
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