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Samba na essência e por várias vozes

Aos 40 anos de carreira, o cantor e compositor Jorge Aragão ganha justa homenagem

Vinícius Castelli
24/07/2016 | 07:00
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Marcos Hermes/Divulgação


 Humildade acima de tudo. Talvez essa seja uma, ou a mais importante, receita para Jorge Aragão chegar até aqui. Afinal, estamos falando de quatro décadas de carreira toda dedicada ao samba. Lá atrás, quando tinha tempo para frequentar as rodas se samba do Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, nem imaginava a estrada que trilharia. E hoje, do alto de seus 67 anos de vida e muito respeito no universo artístico, se sente à vontade para dizer que conhece tanta gente melhor que ele e “quem não conseguiu chegar, não consegue aparecer.”

Agora, para celebrar seus 40 anos de carreira, aproveitando também o gancho do centenário do samba, Jorge Aragão ganha homenagem do projeto Sambabook, criado pela Musickeria, e que chega à sua quinta edição. O DVD (R$ 29,90, em média), já disponível nas lojas, apresenta registro feito em março, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. A homenagem ganhará formato em diversas plataformas também, como CD (R$ 20) e livro (R$ 49,90) e especial de TV no Canal Brasil, além de portal na internet e aplicativos para smartphones e tablets.

No show, cuja direção artística é assinada por Afonso Carvalho, o repertório é ilustrado com faixas que fizeram Jorge Aragão ser conhecido como ‘poeta do samba’, título que, na verdade, não gosta de ostentar. “Não procuro nada disso. Enquanto autor, me permito escrever qualquer coisa”, reflete o artista, em entrevista coletiva.

Mas não há como negar sua delicadeza e força como compositor quando assina faixas como Coisa de Pele, Mutirão de Amor, Quintal do Céu, Moleque Atrevido, Coisinha do Pai e Malandro, entre tantas outras. Todas elas fazem parte do registro. Compositor por natureza e cantor por a vida ter lhe escolhido, Jorge Aragão se lembra do início da carreira. “Eu fugia de cantar, só queria compor”. Diz que deve muito do que tem ao fator sorte. Há dois anos sofreu infarto. Disse que por sorte segue vivo. A aposentadoria já passou pela cabeça, mas a arte falou mais forte e ele continua atuante.

Ele mesmo, participa do fim do show. A homenagem é feita por diversos nomes, como Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira, Fundo de Quintal, Péricles, Beth Carvalho, Martinho da Vila e Maria Rita. O artista conta que foi o diretor da obra quem deu parâmetro para dizer quem seria interessante participar. Elza Soares, que nos anos 1970 gravou Malandro e ajudou a projetar o nome de Jorge Aragão, empresta a voz para a canção Entidade.

Artistas de outras vertentes também participam, como Jorge Vercillo e Ivan Lins. “Não teria a capacidade de imaginar Anitta cantando Coisinha do Pai. Ele (Afonso Carvalho) trouxe essas pessoas para perto de mim”, conta. “Anitta caiu para cantar afinadíssima”, afirma. Também fazem parte Emicida, que canta Moleque Atrevido e Lenine, que aparece em Toque de Malícia, entre outros nomes. “Aprendo com a surpresa de ver como eles vestem minha música”, diz, feliz.




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