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Procissão de Nossa Senhora Aparecida reúne fiéis

Evento ecumênico foi realizado pela entidade afro-brasileira Covoya, no Jardim Represa

Por Renato Fontes
Especial para o Diário
04/07/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Moradores do Jardim Represa, em São Bernardo, e cavaleiros da região percorreram ontem algumas ruas do bairro para acompanhar a procissão de Nossa Senhora Aparecida, protetora dos cavaleiros.

A homenagem para a santa, organizada pela Covoya, entidade de culto e cultura afro-brasileira da cidade, teve início em frente à Capela São Judas Tadeu. Alguns devotos e cavaleiros chegaram a percorrer quase um quilômetro até a chegada no templo religioso. Almoço e entrega de um pacote de arroz para cada participante também marcaram a data.

“O objetivo desse evento é mostrar que há aceitação e tolerância religiosa. Prova disso foi a participação de católicos e adeptos da nossa crença em prol de uma mesma causa”, explica o presidente da Covoya, Gabriel Campi.

Nelson Silva, 49 anos, é pintor de autos. Durante as horas vagas, costuma deixar o revólver de tinta de lado para assumir as rédeas do cavalo de estimação. Cavaleiro desde 1979, Nelson participou pela primeira vez da procissão. “Recebi o convite da Covoya e não pude recusar. Minha paixão é cavalgar, portanto, uni o útil ao agradável”, garante.

A dona de casa Maria Aparecida, 58, estranhou a concentração de pessoas em frente à igreja e resolveu dar uma espiada. Embora seja católica, a dona de casa não se sentiu incomodada. “Deus é um só. Todos somos filhos e amados por Ele, independentemente da crença.”

Já a cuidadora de idosos Margarida Ramos, 55, adotou cautela ao expressar sua opinião sobre o evento ecumênico. “Achei tudo muito bonito, mas prefiro não misturar as crenças”, diz.

De acordo com Gabriel Campi, ainda é comum as pessoas terem reações parecidas com a de Margarida. “O preconceito religioso sempre existirá, pois cada um é livre para pensar o que bem entende. Lutamos apenas para que haja mais respeito. Afinal, vivemos em um Estado laico. Costumo dizer que um provérbio africano resume bem o nosso desejo: ‘O mundo não é a casa de um homem só’”, explica o líder da entidade. 




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