Carlos Boschetti Titulo Impostos
O golpe tributário
Carlos Boschetti*
09/06/2016 | 07:00
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Em 2016, os brasileiros trabalharão 153 dias para pagar tributos. Ocupamos a oitava posição em um ranking que compara 27 países. Assim, 41,8% de todo o rendimento que ganharmos, em média, serão destinados a impostos. A estimativa é do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação).

O peso dos impostos cresceu nos últimos anos. Hoje se trabalha o dobro do que na década de 1970 para pagar a tributação. Em 2003, o brasileiro destinou, em média, 36,98% do seu rendimento bruto para impostos. Em 2010, destinou 40,54%, ou quatro meses e 28 dias.

Em 2014 e 2015, o comprometimento dos rendimentos com impostos, taxas e contribuições exigidas pelos governos federal, estadual e municipal ficou em 41,4%, o equivalente a 151 dias. O IBPT ressalta que os cálculos de 2016 levaram em conta o fato de este ano ser bissexto, ou seja, com 366 dias.

O estudo Dias Trabalhados Para Pagar Tributos considera a tributação incidente sobre rendimentos formada pelo Imposto de Renda Pessoa Física, contribuições previdenciárias e sindicais; e a tributação sobre o consumo de produtos e serviços, como PIS, Cofins, ICMS, IPI, ISS etc; e a tributação sobre o patrimônio, onde se incluem IPTU e IPVA. As taxas de limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos e contribuições, como no caso da iluminação pública, também são consideradas.

A pesquisa compara a realidade de 27 países. O Brasil fica atrás da Noruega, lugar em que os cidadãos destinam 157 dias de trabalho por ano. No entanto, estes são países onde os cidadãos usufruem de serviços públicos de qualidade, o que não acontece por aqui. Basta tentar ser atendido em um hospital público ou visitar uma escola para ver de perto como o brasileiro não tem retorno nenhum do imposto que paga.

Não temos nem Educação, nem Saúde, nem Segurança. Nosso dinheiro vai para a ineficiência de um Estado inchado ou é desviado pela corrupção. O impacto é direto na vida de todos. Deixamos de consumir produtos de primeira necessidade, como alimentos, para trabalhar para este Estado falido, ineficiente, corrupto e constantemente faminto para morder nosso bolso. Vivemos um verdadeiro golpe diariamente!

* Carlos Boschetti é CEO da empresa CBC More, prestadora de serviços na área de couseling, coaching e consultoria com foco em negócios. Formado em Administração com pós-graduação pela FGV e formação em Business Model pela Harvard University, o ex-presidente da BCP Telecomunicações (atual Claro) é especialista em empreendedorismo. E-mail: crb@cbcmore.com.br 




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