Economia Titulo Pesquisa domiciliar na região
Taxa de desemprego no Grande ABC atinge 16,6%
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
26/05/2016 | 07:24
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A taxa de desemprego no Grande ABC ficou estável entre março e abril, passando de 16,7% para 16,6%, e interrompeu sequência de quatro altas mensais consecutivas. A taxa é resultado da divisão entre o total de desocupados e o volume da PEA (População Economicamente Ativa), grupo composto pelas pessoas que estão no mercado de trabalho ou em busca de emprego. Os dados são da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), feita pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e que foi divulgada ontem.

O economista César Andaku, do Dieese, pondera que, apesar de a taxa ter registrado leve diminuição, ainda não há motivos para comemorar. “O percentual de desempregados aumentou 1,3% na passagem de março para abril”, destaca. Em números absolutos, o total de desocupados passou de 230 mil para 233 mil. As estatísticas divergem das fornecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego porque o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) só considera postos de trabalho com carteira assinada, enquanto a PED inclui autônomos e o cenário de informalidade.

O que segurou a taxa foi o crescimento de 2% no número de ocupados. “Porém, ainda é cedo para falar de recuperação, pois não há nenhum indicador econômico que sustente isso.” Na comparação com abril de 2015 – quando a taxa estava em 12,1% – houve queda de 5,4% no contingente de pessoas com trabalho, enquanto a população desempregada cresceu 37,1%, com 63 mil novos integrantes.

Somente os setores de comércio e serviços registraram aumento nas ocupações no mês passado ante março: 1,9% e 3,8%, respectivamente. O nível de emprego na indústria caiu 4,5%. Em relação a abril de 2015, apenas o comércio apresentou elevação: curiosamente, o mesmo percentual de 1,9%. Na indústria, a variação foi de -13,7%, enquanto em serviços, de -2,2%.

Além do desemprego, os trabalhadores também são afetados pela redução nos ganhos. De fevereiro para março, o rendimento médio real dos ocupados passou de R$ 2.082 para R$ 1.998 (menor valor desde 2006) – queda de 4%. Na comparação com março do ano passado, quando o valor era de R$ 2.387, a redução foi de 16,3%. Os dados já consideram a inflação medida pelo ICV (Índice do Custo de Vida), do Dieese.

BRASIL - A taxa de desemprego no País fechou o trimestre em 10,9%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No Estado, chegou a 8,1%, enquanto o Sudeste registrou 11,4%. A região com taxa mais elevada foi o Nordeste, com 12,8% – ainda assim, menor do que a do Grande ABC. 




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