São Caetano arca com uma conta que não é originalmente sua. Uma a cada três pessoas que passa pelo sistema de Saúde mora em outras cidades, principalmente na Capital, e utiliza os serviços que são oferecidos no município pelos mais variados motivos, o principal deles, pela relativa rapidez no atendimento, quando o tempo de espera é comparado com o disponibilizado nos locais onde residem.

Reportagem publicada por este Diário hoje mostra que somente no Hospital de Emergências Albert Sabin, dos 64.784 atendimentos realizados nos três primeiros meses deste ano, pelo menos 24 mil tiveram como beneficiários pessoas que residem fora dos limites são-caetanenses. A grande maioria delas é oriunda da Capital, número estimado em 15 mil pelo administrador do equipamento.
Assim como no Albert Sabin, a procura por pacientes ‘importados’ é verificada nos demais pontos de atendimento distribuídos pela cidade.

Claro que isso traz problemas para a municipalidade. O principal deles é o custo dessa dose extra de pessoas. Mais médicos precisam ser escalados para dar conta da demanda. Se não houvesse esse gasto, a verba disponibilizada poderia ser usada de outras maneiras. Por exemplo, na melhoria da infraestrutura ou salários de servidores.

O êxodo em direção aos serviços médicos são-caetanenses está ligado a graves questões, que vão da ineficácia (ou inexistência) de serviços nos locais onde moram, ou mesmo problemas estruturais brasileiros, como a crise que o País atravessa e que atinge a todos de uma maneira ou de outra.

O fechamento de postos de trabalho é um deles. Quem perde o emprego também fica sem convênio médico e o que lhe resta como alternativa é o Sistema Único de Saúde.

O problema é crônico e tem como remédio a recuperação econômica, além do enfrentamento de males como a corrupção, ineficiência e a burocracia, entre outros.