Política Titulo Editorial
Hora da lucidez
Do Diário do Grande ABC
18/03/2016 | 08:13
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Aline Pietri/DGABC


Está oficialmente aberto, desde ontem, o processo de impeachment que pode afastar Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República. A petista é acusada de realizar manobras fiscais sem autorização do Congresso, as chamadas pedaladas, o que configuraria crime de responsabilidade. A expectativa é que o processo seja rápido. Neste momento, o que se espera dos 513 deputados e 81 senadores é lucidez e grandeza de espírito, posto que estarão definindo não só o futuro do Brasil, mas também defendendo os preceitos democráticos nacionais.

É chegada a hora de se despir de interesses políticos e pessoais, geralmente mesquinhos, e se aprofundar na análise das provas existentes contra a presidente. O bem do Brasil deve nortear os trabalhos. Se ficar comprovado que a mandatária é culpada, que os parlamentares não hesitem um segundo antes de se posicionarem pelo impedimento dela. Ou, em caso de constatada sua inocência, que a deixem trabalhar, de preferência auxiliando-a a encontrar saídas para o País – o que incluiu, evidentemente, o exercício saudável da oposição.

Dilma é ruim de governo e está na defensiva desde que conquistou a reeleição nas urnas, em outubro de 2014. Incapaz de estabelecer diálogo com a Câmara e o Senado, vê sua base se desintegrar, piorando ainda mais as expectativas de que conseguirá conduzir o Brasil de volta aos trilhos do desenvolvimento. Mesmo assim, ser inábil politicamente não é motivo suficiente para afastá-la da Presidência.

É preciso que o impeachment esteja embasado em provas robustas de que a acusada tenha cometido crime de responsabilidade, sob risco de colocar o resultado em suspeição. Mais do que retirar Dilma da administração federal, o processo de impedimento da presidente da República precisa reconciliar os brasileiros, extremamente divididos por causa da acentuada disputa política fratricida e infrutífera verificada ao longo dos anos e acentuada nos últimos meses. Se a presidente cometeu crime, que pague por ele. Se for inocente, que fique livre para iniciar sua segunda gestão.  




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