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Manifestação na Av.Paulista passa de 24 horas seguidas

Protesto iniciou por volta das 18h de quarta e não havia terminado até as 22h de ontem; SPP garantiu liberação da via para ato pró-Lula hoje

Por Fabio Martins
18/03/2016 | 01:20
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A manifestação na Avenida Paulista, na Capital, que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), passou de 24 horas de duração – manifestantes pró-impeachment também entoavam gritos de ordem contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A concentração na via se deu por volta das 18h de quarta-feira e até o fechamento desta edição ainda permaneciam no local.

O protesto na Paulista bloqueou as duas pistas da avenida. Na noite de ontem, parte da Paulista, na altura da Alameda Campinas e o Masp (Museu de Arte de São Paulo), a via estava ocupada pelos manifestantes. A PM (Polícia Militar) não divulgou estimativa de público.

Na mesma Avenida Paulista, está programado para hoje à tarde ato em defesa de Lula e de Dilma, marcado desde a semana passada por movimentos sociais e por centrais sindicais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores). Ontem, o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, garantiu que o protesto contra o governo teria de terminar até a noite para garantir que a Paulista fosse usada hoje para o ato pró-Lula.

Muitos dos presentes foram para a avenida depois de saírem do trabalho. O protesto durou a noite toda – alguns montaram barracas em plena Paulista –, mas o público só voltou a crescer depois das 18h de ontem. Munidos de apito, Bandeira do Brasil e com réplica do pixuleco – boneco inflável do ex-presidente vestido de presidiário – em mãos, os manifestantes entoavam a todo instante seus principais gritos de ordem: “Fora, PT”, “Fora, Dilma” e “Fora, Lula”.

Em clima de festa, os presentes assistiam com atenção aos discursos acalorados de diversos movimentos que apoiam o impeachment de Dilma desde o ano passado, como o MLB (Movimento Brasil Livre). Um palco foi montado em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que virou cartão-postal dos manifestantes. Desde as vésperas da manifestação pró-impeachment, no domingo, o edifício está coberto de luzes verdes e amarelas, cortadas por faixa preta com os dizeres: ‘Renúncia já’ e ‘Impeachment’.

Muitos dos adeptos vestiam roupas verdes e amarelas e camisetas da Seleção Brasileira. A todo momento fogos de artifício eram acendidos, o que animava mais o público. O juiz federal Sérgio Moro era ovacionado. “É o fim da picada saber que o (presidente da Câmara) Eduardo Cunha (PMDB) conduzirá o impeachment, mas o que a gente pode fazer? Olha a que ponto chegamos”, lamentou a advogada Kiki Tibiriçá, 52 anos. Em Brasília, manifestantes também se mobilizaram em frente ao Palácio do Planalto. Houve tumulto com policiais do Congresso Nacional.

LEGALIDADE
Enquanto a Paulista recebia manifestantes pró-impeachment, o salão nobre da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), no Largo São Francisco, no Centro, foi palco de atos em defesa de Dilma e de Lula. Intitulado “Em defesa da legalidade e pela democracia”, o evento recebeu juristas, professores, estudantes e militantes de esquerda, que criticaram as ações de Sérgio Moro, em referência à interceptação telefônica envolvendo Dilma e Lula, pelo fato de a presidente ter foro privilegiado e, segundo eles, só o STF (Supremo Tribunal Federal) poderia permitir o uso e a divulgação dos áudios.  




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