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Medula de Felipe ‘pega’ 14 dias após transplante

Morador de São Bernardo está perto da cura de doença rara e autoimune no sangue

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
18/03/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Foram 14 dias de apreensão e expectativa até que a felicidade tomasse conta da família do pequeno Felipe Martins da Silva, 3 anos. Ontem, ocorreu a confirmação da ‘pega’ da medula, etapa importante em direção à cura de doença rara e autoimune no sangue, que obrigou o morador de São Bernardo a realizar transplante no dia 3 de março.

“Deus nos devolveu o motivo de viver, nos deu vida. Milagres acontecem quando a gente vai à luta”, comemora a mãe do garoto, Ana Paula Martins, 31. Ela fez questão de agradecer a todos pelas orações e também ressaltou a importância do gesto do doador da medula, morador dos Estados Unidos cuja identidade não é conhecida.

Tecnicamente, a ‘pega’ é o momento após a transfusão da medula, quando esta consegue produzir células do sangue em quantidades suficientes. Acontece quando a taxa de plaquetas alcança 20 mil milímetros cúbicos, sem necessidade de transfusão por dois dias seguidos, e quando os leucócitos ficam acima de 500 milímetros cúbicos por dois dias.

A pediatra e imunologista do Ambulatório de Infecções de Repetição da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Anete Sevciovic Grumach ressalta que a ‘pega’ da medula simboliza o caminho para a cura. “Quer dizer que as células do doador estão se reproduzindo no organismo do paciente. Agora é acompanhar para ver o percentual de células que estão se desenvolvendo e monitorar até que seja 100%”, explica.

Felipe está internado desde o início de fevereiro no Hospital Samaritano, na Capital, para o preparo do organismo para o transplante. Ontem, o dia foi de festa ao lado da equipe médica. “Teve bolo com direito a parabéns. Meu anjo renasceu”, ressalta a mãe.

A expectativa é que o garoto tenha alta médica no domingo. No entanto, os cuidados hospitalares continuam. “Ele terá que ficar em isolamento e vamos ter de passar o dia no hospital para que ele tome medicação. Mas só de dormir em casa e estar em família, ao lado dos irmãos, já é uma conquista enorme”, considera Ana Paula.

O Diário acompanha a luta da família contra a doença e também pela garantia de direitos desde outubro do ano passado. Após o conhecimento da patologia do filho, Ana Paula iniciou série de campanhas para ampliar a quantidade de pessoas cadastradas no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).

A chance de paciente que depende de transplante de medula óssea encontrar doador compatível é de, em média, uma a cada 100 mil. Por isso, Ana Paula mantém viva a campanha para que a população se cadastre no Redome. “Meu filho tinha um único doador compatível. Se esse doador não tivesse procurado o hemocentro, talvez não teríamos mais o príncipe aqui.”

Quem quiser se cadastrar, basta se dirigir à Santa Casa de Misericórdia na Rua Marquês de Itu, 579, na Vila Buarque, na Capital. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 15h.




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