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Sem kits, Estado muda critério para exames de dengue

Coordenadoria orienta teste apenas para os casos
específicos; Consórcio pedirá esclarecimento à Pasta

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/03/2016 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


A falta de kits para diagnóstico da dengue, enviados aos Estados pelo Ministério da Saúde, fez com que a CCD (Coordenadoria de Controle de Doenças), vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, alterasse os critérios para a realização de exames, restringindo a coleta de amostras de sangue de casos suspeitos da doença.

Para verificação do cenário atual de transmissão, serão avaliadas amostras recentes, coletadas entre a última quinzena de fevereiro e a primeira semana deste mês. As coletas deverão ser feitas apenas para casos suspeitos em municípios sem registro de transmissões autóctones e para pacientes graves e óbitos nas demais cidades. O restante não terá confirmação por exames.

Segundo a CCD, a quantidade de exames a serem realizadas em cada cidade foi definida com base no número de amostras represadas em comparação ao número de confirmações da doença. Por esse critério, serão realizados apenas 27 testes na região, diante de total de 1.800 amostras de sangue coletadas nos municípios até a oitava semana epidemiológica (dia 27 de fevereiro). As 27 amostras estão distribuídas em Diadema (14), Rio Grande da Serra (11), Santo André (uma) e São Bernardo (uma).

A determinação foi discutida ontem em reunião do GT (Grupo de Trabalho) Saúde do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. “Isso atrapalha o diagnóstico das regiões em que acontece a transmissão da doença e dificulta o trabalho”, falou o coordenador do GT e secretário municipal de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte.

Por essa razão, o GT solicitará esclarecimentos à CCD sobre quais critérios clínicos devem ser considerados para avaliação. Enquanto não obtiver a resposta, Duarte disse que manterá a coleta das amostras e o envio ao Instituto Adolfo Lutz, responsável pela realização dos exames no Estado.

O coordenador ressaltou ainda que limitar os exames a casos graves e a pacientes internados deve afetar o diagnóstico de zika e chikungunya, que podem ser feitos por exclusão da dengue.

A insuficiência de kits atrasa a confirmação de casos de dengue, como noticiou o Diário no sábado. Números atualizados dão conta de que 500 amostras de sangue já enviadas pelos municípios ainda aguardam resultado.

Das cidades que retornaram as informações ao Diário, São Caetano registrou 14 casos autóctones (contraídos no município) , Mauá, sete; Santo André, 21; e Diadema, um. Ribeirão Pires informou que não houve nenhum caso autóctone neste ano.

Moradores temem foco em terreno

Terreno que abrigou fábrica da Porcelanas Schmidt, na Avenida Capitão João, em Mauá, preocupa moradores. Até segunda-feira, havia oito caixas-d’água abertas no local.

Indignada com a situação, a secretária Viviane Ramos, 33 anos, moradora da Vila Vitória, postou fotos no Facebook no sábado. Na segunda-feira, as caixas foram quebradas. “Mas o entulho ficou e, se chover, a água vai acumular.”

A bebê de 1 ano da diretora de vendas Vanessa Justino Oliveira Luz, 30, contraiu dengue no fim de fevereiro. Elas residem no Jardim Guapituba, bem próximo ao local abandonado. “A gente toma todo o cuidado em casa, mas se lá fora cada um não fizer a sua parte, não adianta”, disse.

Em sua página no Facebook, a Schmidt informou que o imóvel não lhe pertence mais. Segundo a Prefeitura, supervisores do programa de controle da dengue estiveram no local em dezembro aplicando larvicida. Em janeiro, retornaram e encontraram perito imobiliário que representava o proprietário. A Vigilância Epidemiológica fez contato com o dono, que reside em Santa Catarina, e ele se comprometeu a realizar a limpeza, o que não ocorreu. Conforme a Prefeitura, após outro contato, empresa de limpeza contratada pelo proprietário deve estar no local hoje, às 8h30, para resolver o problema. 




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